quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A feiura em uma mulher é um pecado mortal

Tenho escrito muito sobre a mulher aqui neste blog. Sobre a sua condição profissional e emocional, seus anseios, sobre os conceitos de moralidade que permeiam a sua vida até hoje. Infelizmente até os dias atuais a mulher vive cercada por conceitos que as coloca em um "segundo lugar" em relação aos homens. 

Não podemos dizer que não houve mudança alguma (ao longo do tempo) é claro que houve, porém, devemos considerar que ainda hoje, nós mulheres ocupamos um lugar bem inferior e frágil na sociedade. Não é o que se fala abertamente, não são os discursos que se ouve por aí, mas é o que ocorre o tempo todo, no imaginário coletivo dessa sociedade em que vivemos. Quantas mulheres já tem liberdade financeira, são chefes de família, e ainda assim são violentadas em relações afetivas depreciativas ou enfrentam olhares ou palavras ofensivas com relação ao seu estilo de vida.

Uma coisa que me incomoda diariamente é a super valorização do esteriótipo feminino; é algo cultivado pelos homens e também por algumas mulheres. Existe um padrão a ser seguido, e ele dita cabelos, rostos, corpos, roupas, gostos, jeito, personalidade, relacionamentos, comportamentos... A mulher perfeita é assim e assado. É esse perfil que encanta os homens e que atrai o desejo (nem sempre o carinho). Às vezes acredito que as próprias mulheres (quando a sua orientação for esta), se identificam mais com um ideal de beleza feminina enquadrada em certos moldes. Nem sempre deve ser assim, porém ainda percebo em comentários que apontam para o interesse da mulher em detrimento ao padrão de beleza de outra. 

Não observo com tanta rigidez um padrão masculino de beleza; não que o homem não seja admirado por sua beleza, porque de fato é, mas falo que não identifico uma rigidez na obrigação do homem ser belo para conseguir um companheiro por exemplo. Os padrões parecem serem distintos, como se os homens tivessem outros moldes a se encaixar. Tipo: ser bem-sucedido profissionalmente. Vocês já ouviram a seguinte frase? Parabéns, você é muito bonito (a)! Como assim, ser belo é uma qualidade que mereça reconhecimento e digno de "parabéns". Antes fosse: "Parabéns! Você tem bom caráter. 

Recentemente assisti ao filme  francês de título "Violette", que falava sobre a vida da personagem que deu nome à história Violette Leduc, uma escritora com uma vida pessoal bem conturbada, que nutria um amor pela escritora Simone de Beavoir. Tudo se passa no período pós Segunda Guerra Mundial, quando Simone começa a ficar conhecida pelos seus pensamentos feministas e obras escritas. 




A história de Violette é cheia de muito conflito, desde o péssimo relacionamento com a mãe, um aborto até a sua constante rejeição por parte de homens e mulheres com os quais se envolve. Ela, que se considera uma mulher feia, atribui a isso a sua constante solidão. Sua vida é retratada de forma muito sofredora, solitária e vazia.

Algo que me chamou bastante atenção foi a primeira frase do filme que sentencia: "A feiura em uma mulher é um pecado mortal". Se você é bela, é olhada na rua por sua beleza. Se você é feia, é olhada na rua por sua feiura.


Era assim no século passado, é assim até hoje; até quando assim será?


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Os amores que Rosa sonhou ter


Crônica

Rosa era uma jovem mulher (sem idade, mulheres não precisam desse número), pele morena, cabelos longos e sedosos e olhos castanhos. Seus pais já não existiam, seus irmãos ela nunca mais tivera notícias. Mulher inteligente, letrada e amante de poesias. Vivia uma vida comum, mas a sua forma de ver o mundo não era nada comum. Ela tinha uma maneira realista de pensar, e isso era demais para uma mulher, o que segundo ela, lhe roubara a ilusão de ser amada.

Rosa tinha quatro homens. E toda sexta-feira um deles a visitava em sua residência na Rua Vermelha, uma casa arejada, onde morava sozinha há tempos. Ela recebia e bem para ser exclusiva, daquele que seria seu homem na sexta-feira. Não precisava trabalhar, o que lhe pagavam dava e sobrava para as despesas; era uma mulher abastarda e dinheiro nunca foi problema. A solidão sempre fora!

Em sua cabeça, Rosa achava que aqueles homens a amavam; porque recebia flores, carinhos, atenção. Na cabeça de mulher dedicar cuidado a alguém demanda sentimento. Coisa que ela tinha certeza não seria possível em uma relação comum. Era isso que as poucas amigas que ela tinha lhe falava, seus maridos só tinham olhos pras outras mulheres, pra bebida e pro amigos. Era uma solidão acompanhada! Não case, Rosa. Elas lhes diziam, o casamento não traz felicidade à vida da mulher. Sentenciavam!

Assim, Rosa fazia da sua vida amorosa uma novela de uma semana só, ela se apaixonava toda sexta-feira pelo seu homem e gostava de fantasiar viagens a trabalho. Passava a semana sonhando e se iludindo por um de cada vez, De sábado até a quinta seguinte ( quando o outro viria), os pensamentos e devaneios amorosos lhe preenchiam o tempo. Seus homens chegavam sempre cheios de amor pra dar, iam embora jurando amor e saudades infindáveis.

Se para ela cada semana era como um capítulo de uma vida acompanhada, para suas amigas casadas a solidão a dois lhes atravessava a alma. 

No fundo o que Rosa queria era um marido pra chamar de seu, mesmo que ele desejassem as outras, a cerveja e os amigos. Ela não assumia, mas invejava a vida das amigas. Era essa vida que ela desejava ter! Já as amigas, diziam a si mesmas: "Ah, a Rosa é que é feliz. O casamento não nos satisfaz, nossos homens sonham mesmo é com uma Rosa pra chamar de sua". Seus encantos são devastadores...

Moral da estória: feliz não é a Rosa, nem as amigas. Feliz é o homem que tem a esposa, a cerveja, os amigos, e a Rosa. E não tem que prestar conta do tanto que tem e não sabe e nem precisa dá valor. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Tudo hoje é noticia

Em tempos de redes sociais, de interatividade extrema na internet as notícias se banalizam sempre mais. Além do fato de todos poderem jogar uma informação para o público - mesmo sem saber da veracidade daquele conteúdo- e da velocidade que tudo se espalha na rede, o advento da internet e seus avanços tecnológicos possibilitaram leva de "repórteres cidadãos" inimagináveis. Todos tem câmera, tem acesso e curiosidade; atrelado a isso tem ainda a necessidade do indivíduo de comunicar-se. 

Quando temos uma novidade, a tendência é querer mostrar, falar, contar...

Talvez muito por causa desses fatores e também por estarmos hoje em uma era de valorização do ter, possuir, da beleza e do consumo, tudo virou notícia. Às vezes, nos deparamos com coisas tão fúteis, mas que viram notícia e que as pessoas desejam saber. Vemos isso mais comumente quando se trata das celebridades, quando qualquer simples ocorrido em suas vidas, gera um interesse enorme.

Hoje deparei-me com a seguinte manchete: "Mayra Cardi exibe cinturinha finíssima no instagram e divide opiniões". A matéria falava sobre a mulher postar fotos do corpo como forma de motivar seus seguidores a praticar exercícios. 

Daí eu pensei: "Quem danado quer saber sobre a cintura finíssima desta pessoa"?

De repente me veio outro pensamento: "Se existe a demanda por matérias desse tipo, provavelmente exista um público interessado também."

É isso.

domingo, 18 de outubro de 2015

Entre a vida real e a virtual

Esses dias um vídeo compartilhado no facebook me botou a pensar... O título "A geração Selfie"!

Imediatamente a vontade de dá o clique e saber o que dizia aquele vídeo me tomou. Ora, essas discussões sobre internet, comportamento e atualidade sempre me chamam com uma grande curiosidade.

O vídeo é este aqui, e resumindo são comentários de um comediante e apresentador de televisão americana, comentando fotos de determinadas situações (algumas bem únicas na vida) e chamando a atenção do telespectador para o hábito que passamos a ter de fotografar as situações ao invés de vivenciá-las.

Ele pergunta; "Não podem guardar o celular e prestar atenção no momento que estão vivendo"?

Essa foi a pergunta que eu me fiz e que faço agora a você que lê este texto. "Será que nós estamos vivendo a vida real ou a vida virtual"?

Passei por essa situação há bem pouco tempo, quando fui ao show do A-ha. Eu, que vivo a assisti-los no youtube (e sonhando com o momento de vê-los ao vivo), me peguei num impasse: olho, fotografo, filmo... A minha angústia era vê-los com meus próprios olhos, filmar e fotografar pra guardar o momento... Eu não sabia o que fazer, e acho que é esse o dilema que sentimos de uns tempos pra cá, quando tudo que fazemos desejamos registrar e reproduzir imediatamente nas redes sociais digitais. 

Nós não sabemos em qual mundo vivemos, e qual o que mais importa. É estar ali, com aquelas pessoas, sentindo aquela emoção; ou é fazer as outras pessoas - que não estão presentes- saberem e participarem daquele momento?

Essa questão me vem ao pensamento constantemente, e acredito que vale a pena tirar aluns minutinhos para repensar sobre a vida que estamos levando. Qual é a realidade que nos faz felizes de fato, a real ou a virtual? 

O céu é pra elas também

Esses dias estava ouvindo uma música de uma banda que não conhecia e a letra falava de um casal de opostos. Tudo o que ele era, ela não. Até aí achei bacana, era tipo um completando o outro. De repente percebi nos versos algo tipo "eu sou um vagabundo" e você é "perfeitinha". 

Aí já não curti. Detesto essa perspectiva que até hoje ainda (infelizmente) se pre prega, de que o homem pode ser ruim, feio, canalha, sacana, poligâmico, sujo, vagabundo... Etc... E produz uma mulher baseada nos sonhos deste homem: perfeita! 

Daí achei super injusto com essa mulher; que é perfeita e recebe um homem imperfeito e improvável. Essa é uma pretensão bem desigual com a mulher, não acha? 

Deve ser baseada no conceito cristão de Maria Santíssima. Isso me fez lembrar de um comentário que alguém fez (há tempos atrás), que alçava a mulher a um patamar de pureza e bondade celeste. Tipo algo a ser adorado e não tocado!

Ei, peraí, nós mulheres também queremos o que é bom, leva esse sofrimento pra lá. Não nos reserve o calvário não. Nós queremos o céu, com todos os benefícios que temos direito.

Chega de resignação para as mulheres. Não queremos ser "as sofredoras". Não, não. Não se engane!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Do dia que eu vi o A-ha tocar

Estes últimos dias foram tão intensos que mal tive tempo para qualquer coisa e acabei nem escrevendo aqui.

Mas, não posso deixar de registrar que na última quinta-feira (08) tive uma das maiores emoções já vividas. Fui a Recife para assistir ao show da banda norueguesa A-ha! Há muito tempo que eu gostaria de vê-los tocar ao vivo, porque eu vivo a escutar suas canções no youtube e adoro.

Apesar deles já fazerem sucesso há bastante tempo, e estarem comemorando seus 30 anos de carreira nunca tinha tido essa oportunidade e com o fim da banda em 2010 pensei jamais ter. Mas, eles voltaram este ano, participaram do Rock in Rio este mês e fizeram alguns shows por aqui, e eu não perdi essa chance.

Dizer que foi fantástico é até redundante, mas foi! Morten é claro, o meu preferido é encantador e tímido do que eu imaginava. Um charme! Sua voz: belíssima. Mags, o tecladista e mais simpático e Paul bem introspectivo, mas toca guitarra divinamente bem.

Valeu a pena todo o cansaço porque eu fui ao show do A-ha e jamais esquecerei essa experiência!

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Do meu direito de achar o Direito uma chatice

Sempre que começo a ler e estudar sobre o Direito eu me faço a mesma pergunta: Por que a necessidade de complicar tanto? 

É incrível! O vocabulário é tenso, os assuntos enormes, e nada é o que é. A Constituição diz algo, mas a jurisprudência outra. O que? Como assim?

Ah, e quanto mais você estuda, menos entende. Daí vem aquela sensação de burrice eterna que não te deixa nada bem consigo mesmo!

Pois é, você não deve tá entendendo nada do que estou falando né? É bem assim que eu me sinto estudando qualquer coisa relacionada ao tema. Não vejo aplicação e sinto uma enorme fadiga, porque se não é pra seguir a Constituição, por que ela existe? E quando uma norma se choca com ela? Para que se faz uma norma se a mesma vai de encontro ao que diz a Carta Magna?

Para complicar! É pra isso que eu acho que serve o Direito, para encher o saco de nós simples mortais. E ainda há quem goste. 

Fazer o que?