segunda-feira, 9 de maio de 2016

À margem do rio



Se atira?

Eu gostaria de falar sobre medo, quem não tem medo? Eu sempre o tive, muito... Fui uma criança amedrontada, protegida e ao mesmo tempo muito exposta ao medo, se levarmos em consideração que a perda me atingiu muito cedo; e com ela o enfrentamento ou a fuga do medo.

Dentre aquelas crianças atrevidas e ousadas e aquelas medrosas e comedidas, eu fui o segundo exemplo e isso me causou muitas perdas: cicatrizes, momentos, choros, risadas. Eu aprendi a evitar o erro, o sofrimento, mas também a alegria, o amor e a vida.

Essa imagem diz muito sobre mim; a dúvida entre ficar à beira da  água (fugir dos problemas e dos percalços da vida) ou entrar e vivenciar o prazer do banho no açude com todos os perigos e as delícias que ele pode proporcionar.

A reflexão é sobre o medo e a própria vida. E aí, você- na beira da água- o que faz: se atira ou não? Como é você na vida, alguém que vive a expectativa do que poderia ser ou se joga e se propõe a viver o desafio de entrar na água?