Uma cena hoje me fez refletir um
pouco...
Observei, da minha calçada, dois
adultos (pareciam um casal) levavam entre eles uma criança em cima de uma moto.
O homem na frente, a criança ao meio e a mulher logo atrás. A criança era
pequena, deveria ter no máximo 3 anos de idade. Detalhe: estavam todos sem
capacetes! Então eu pensei no papel que temos em relação às crianças, e mais
ainda, no papel que temos ao educar nossos filhos.
Aquela criança desde cedo já
acostumou-se com o não permitido. É possível que todos os dias seus pais,
irmãos, tios, todos ao seu redor, cometam pequenos deslizes que sabem ser
errado e mesmo assim continuam repetindo. A criança ver aquilo, mas a desculpa
é sempre “Faça o que digo, não o que eu faço!”.
Mas já ouvi muitos estudiosos e
pensadores falarem que o exemplo vale mais que qualquer palavra.
Foi então que eu pensei na
possibilidade daquela criança, num só instante, estar internalizando ações
destrutivas a ela própria, aos seus pais e à sociedade de maneira geral. Eu
imaginei que é num pequeno gesto que contribuímos para que aquele ser apreenda
bons costumes ou dê o primeiro passo rumo ao caminho indesejado. Qual fruto
estamos plantando?
Veja bem meu caro leitor, a criança
envolvida naquela cena mal tem entendimento do que está participando, mas os
seus pais (se forem mesmo seus pais), estão mandando uma mensagem à ela, que
aquilo que estão fazendo é correto, quando na verdade sabem que não é, e o que
é pior; provavelmente pensam estar educando bem sua criança.
Daí me vieram questionamentos
mais profundos. Na infância aprendemos o que é certo, e copiamos as ações que
vemos os outros executarem ao nosso redor. É ali que começamos a ser educados,
formamos a nossa índole e o nosso caráter. Como é complexo formar um cidadão!
Porque esses mesmos pais que infringem a lei, falam palavrões e estacionam em
locais não permitidos, cobram um comportamento (de seus filhos pequenos ou adultos) e condutas que eles próprios não têm, nem tampouco ensinaram-lhes.
Aquela cena do menino espremido
entre os dois adultos ecoou dentro da minha cabeça! Porque aquela atitude que
vemos todos os dias nas ruas me transportou para o futuro, onde aquela criança
será um adolescente ou um adulto, que assimilou uma série de aprendizados (dos
mais variados), ao longo de sua vida. Que por acaso possa um belo dia
surpreender seus pais ao se envolver num assalto, num assassinato, num desvio
de dinheiro público ou simplesmente ser pego sem capacete em cima de uma moto.






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