“Que os demais transgêneros tenham a coragem de enfrentar essa luta. Isso representa hoje, enfim, conseguir uma identidade. Temos apenas uma identidade, e não duas. A luta é para se reconhecer isso. Somos apenas uma pessoa só”, disse orgulhosa, enquanto exibia sua nova certidão para flashes e objetivas de câmeras."
A jovem Rochely Eleonora Silva de Barros conseguiu nesta quarta-feira (2) escriturar seu nome em registro civil, após enfrentar processo judicial reivindicando o mesmo. Apesar de não ter realizado a cirurgia de mudança de sexo ainda, a moça que desde pequena já sentia o desejo de exercer seu lado feminino, sentiu-se vitoriosa por conseguir dar o primeiro passo rumo à sua afirmação de identidade.
A mudança no nome social foi possível por intermédio da prática jurídica desenvolvida pelo curso de Direito, da Universidade Potiguar, em Natal, que tratou do processo judicialmente. Emocionada, a moça, que hoje tem 19 anos e está no primeiro semestre da faculdade de Direito (UnP), conta um pouco de sua luta:
"Eu comecei a perceber isso muito cedo em mim. Dentro de casa, a primeira reação foi de neutralidade. Depois de apoio”, conta Rochely, que enfrentou, por outro lado, resistência na rua e escola. “Os professores relutavam em me chamar pelo feminino”. Foi da escola, contudo, que partiu a orientação que mudou essa história."
“Orientaram-me a procurar um serviço de psicologia, e devo dizer que fui muito bem acolhida pela equipe de psicologia e urologia do Hospital Onofre Lopes”. Foi na unidade de saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que ela iniciou o tratamento de feminilização. Através do HUOL, Rochely fez castração química e toma hormônios para modificar o seu layout, que cada dia mais assume a configuração feminina".
Leia mais sobre o caso:
“Para mim, significa conseguir ser gente na sociedade, porque eu vivo como se não existisse”, disse. Rochely garante ainda não haver dúvidas quanto a sua decisão. “Não tem nada a ver comigo”, afirma sobre a identidade masculina, acrescentando que está sendo acompanhada por psicólogo, psiquiatra e urologista, tudo para que possa realizar “o objetivo principal”. Matéria original: Dinarte Assunção.

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