domingo, 28 de setembro de 2014

Do medo que eu tenho do fanatismo

A cada dia eu comparo o clima político-partidário que se instaurou em Acari (nos últimos anos) com o fanatismo islâmico. Agora, mais que nunca, o desacordo colorido do cenário eleitoreiro acariense se transformou em motivo de guerra. Uma guerra declarada e aberta. Que não escolhe personagem, mas que pode favorecer à  personagens e mártires inesperados.

Ultimamente as ruas e os lares de nossa terra foram tomados por canhões e balas trocadas. Numa cidade, que de tão pequena, chegamos a conhecer a todos pelo nome, o nosso vizinho tornou-se de repente um terrorista capaz de nos atingir a qualquer momento.

Não quero entrar no mérito e no julgamento (que cada um e todos fazem todo dia), porque nos discurso apaixonado não cabe (e aí digo de ambos os lados), olhar para o seu próprio rabo e reconhecer em si o discurso preeminente de uma manipulação que fazemos interiormente, e com isso, interiorizamos e reafirmamos nossas convicções. Assim sendo, em nossa mente e coração estamos sempre certos. O nosso partido é o melhor, nossos representantes são os mais éticos e nossas bandeiras as mais justas!

Não se engane meu caro, você quando profere suas ofensas ao seu amigo de outrora, está expelindo o que tem de mais cruel, disfarçado de boas intenções e sentimentos puros. Você reitera sua opinião aos quatro ventos, sem entender como o outro (seu amigo de antes e agora oponente) não comunga de sua fé. E falando em fé, não tentemos julgar se não queremos ser julgados. Esse é preceito básico da vida espiritual! 

Quero fazer-lhe um chamado; você que vai todo domingo à missa, e que sem perceber quebra seu pacto com Deus e com a fé, ofendendo seus irmãos e usando de “sua boa fé”, para incitar o pior sentimento que a humanidade já foi capaz de permitir-se: o ódio. Pense e repense se está no caminho correto!

Não esqueça dos exemplos que fomos capazes de produzir com nossa bondade humana. São holocaustos pontuais e diários - guerras mundiais, que explodiram vidas num cogumelo nuclear nipônico, que em nome da paz, fez apenas guerra.

Você acha que está certo: julgando, criticando, se defendendo à custas da derrota e rebaixamento dos outros (sem respeitar os costumes sociais), se declarando a você e aos seus inocentes? Não esqueça você que até Hitler achava em si uma forma pura de reafirmar a sua doutrina, mesmo que pra isso fosse preciso exterminar milhões de pessoas, pelo simples fato DE PENSAR DIFERENTE do que ele julgava certo.

Portanto, tenhamos cautela com o que nossas bocas e corações reafirmam ser o caminho a ser seguido, pois todos os ditadores antigos ou recentes tinham e tem consigo mentes tranquilas com relação às decisões arbitrárias, que tomam e defendem. Deus nos deu um bem precioso chamado livre arbítrio. Cabe a cada um de nós arbitrar livremente da maneira mais justa possível, pensando não apenas em nós, mas nos outros também. Porque o seu filho é o outro para mim, da mesma forma que eu sou “o outro” para você.

Não façamos de nossas vidas “intifadas acarienses” encouraçadas de bons motivos e recheadas de ódio e política distorcida. Tenho medo, muito medo desse discurso inflamado, que tenho visto por aí. As redes sociais se transformaram em praças de guerras. Um lugar onde deveríamos celebrar e estreitar relações sociais modernas.



Nossas palavras e línguas são como canhões com ferimentos mortais, eles podem ir além da morte, pois ferem o corpo e atingem a nossa alma. Suas sequelas são infindáveis e incalculáveis! 

Receio acordar um dia e me deparar com um fanático (ex amigo meu) se explodindo em frente à igreja matriz. Porque da intolerância de um homem bomba, que vocifera sua fé sequestrando aviões, e amigos que se enfrentam em tom de ira - após uma celebração de fé cristã – infelizmente não vejo diferença alguma. Ambos são tolos, pois não aprenderam que a religião e os partidos apenas segrega-nos, assim como a política que vocês estão preferindo. O que tenho a dizer é algo bem simples e de fácil constatação: o maior ensinamento espiritual que já conheci até hoje – une, integra e faz bem. Sabe do eu estou falando? De um sentimento que pouco temos enaltecido em nossa terra. 

Ei, eu estou falando de AMOR.

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