O que acontece no Brasil é bem simples: quem tá dentro do circo quer ficar e quem tá fora (louco para estar dentro) atira pedra nos de dentro. Dificilmente um cidadão comum rejeitaria ser funcionário fantasma ou não se envolveria em esquemas milionários com dinheiro público. A gente se corrompe por outros motivos mais fúteis, imagina pelo um 'bucado' de dinheiro...
É direito de qualquer cidadão lutar pelos seus ideais de justiça e defender suas bandeiras ideológicas, claro! Mas, pensando bem, esse bafafá sobre o ex-presidente Lula, é realmente sobre o que?
Na minha opinião a proposta política do PT sempre foi baseada em bons propósitos e o Lula foi o melhor presidente que o Brasil teve nos últimos tempos, aliás ele foi mais, foi um líder - e tem carisma suficiente para isso - pois, só quem esteve em sua presença (como eu estive) para sentir o poder que ele exerce sobre o público. E sendo assim, ou você o ama ou o odeia.
Sinceramente, eu acredito de fato nas mudanças que ocorreram no Brasil nos últimos anos, e mesmo não tendo sido influenciada diretamente por elas, reitero que muitas mudanças positivas ocorreram. Agora, acreditar que a corrupção acabou no Brasil e que o jogo político mudou porque o PT está no poder, aí já é querer demais. Até porque da forma que o nosso sistema político se organiza, um presidente precisa de apoio das bancadas para qualquer coisa - e nesse cenário o que rola só Deus é que sabe - e talvez nem ele.
Sobre a repercussão, ela é do tamanho da figura dele (Lula): enorme. E ainda mais por ser ele um símbolo de um governo e uma proposta política que a oposição deseja afetar. Nesse aspecto, vejo que muitos veículos midiáticos há bastante tempo miraram suas armas e simplesmente atiram, e como a massa está diretamente exposta ao que é transmitido pela grande mídia, fica fácil fazer a cabeça de uma quantidade grande de pessoas a partir do que se lança como informação.
Outra coisa bem importante que percebo não é de hoje: a classe média brasileira tem um asco enorme, gigante de pobre. Acho que é munido dele que se manifestam com tanta veemência contra o governo quando escrevem, falam, vão às ruas. A economia está em crise, porém vamos avaliar quantos cidadãos saíram da linha de pobreza nos últimos tempos neste país. Eu vejo estampado no rosto de cada um desses exemplares de falsos burgueses: que lugar de pobre é na pobreza. E isso eu, além de não concordar, não admito.
Não posso ser leviana de afirmar que ainda estamos atrasados como nos tempos de escravidão, ditadura, recessão. Porém, percebo que a massa humana está em déficit de evolução na escala do pensamento humanístico. A gente quer ser tanta coisa e acaba sem ser coisa alguma, porque esquecemos de pensar em nós como engrenagem da máquina chamada Brasil.
Mesmo hoje, muitos brasileiros ainda se enganam que é bonito ser hipócrita e isso ocorre nas mais variadas esferas, inclusive na política; talvez seja mais fácil ou mais cômodo. E como dizia Mário de Andrade (lá atrás e sempre muito atual), "Ai que preguiça, Macunaíma", o herói mais brasileiro de todos; preguiçoso, mentiroso, corrupto...
Ah, tenha paciência, né?
Aqui neste país é normal afirmar que não tem raiva de gay, mas não querer ter um na família. É politicamente correto falar que não tem preconceito, e ao mesmo tempo, em comentários maldosos dizer que não entende como uma mulher gosta de outra. Aqui, é aceitável alguém dizer que não é machista, mas que acha horrível uma mulher falar tal coisa, vestir aquela roupa ou se comportar de tal maneira. Infelizmente nos dias de hoje, ainda é aceitável uma pessoa julgar ou discriminar outra por causa da cor de sua pele, porque ela é pobre, porque é homossexual.
Eu tenho percebido o quanto a política segrega ainda mais, quando deveria unir por um ideal comum. Talvez seja por isso que esse país não melhora. Porque ainda somos seres primitivos, empoderados da involução da arte da guerra. São tempos difíceis!
É lamentável, mas é real. É Brasil, somos!

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