sábado, 17 de setembro de 2016

Carta aberta ao povo acariense

Estou contando os dias para que chegue esse bendito dia 02 de outubro. Curiosidade para saber o resultado das eleições municipais 2016? Não. Conto agoniadamente - dia após dia - para que enfim a vida das pessoas ao meu redor volte à rotina  normal. Vocês poderiam pensar que eu sou uma pessoa altruísta e desejo com veemência o bem estar das pessoas. Porém, não é bem isso! Não é que eu seja malvada, ou não deseje o bem do outro, mas é que o motivo principal dessa carta é que eu desejei dizer: Eu não suporto mais tanta discussão inútil. 

De verdade, estou muito irritada (e percebo a irritação alheia) sobre discussões do tipo troque 6 por meia dúzia, ou você faz isso também, por que nós não podemos fazer? Ou quem criou um cartaz primeiro, quem tem maior número de pessoas numa passeata, ou o que é mais grave: quem denegriu mais o adversário, partido A ou partido B?

A que ponto nós (digo sociedade como um todo) chegamos, gente? 

Banalizamos a política - quando deixamos as propostas de lado e priorizamos os ataques pessoais. Coisificamos o amigo, quando misturamos partidarismo político à amizades sinceras; desmoralizamos o profissional prestigiado ou em construção, quando resolvemos ressaltar seus pontos negativos ou seu deslizes, ao invés de destacarmos um trabalho positivo, seus avanços e determinação em - mesmo enfrentando as maiores dificuldades - tentar desempenhar seu trabalho com dignidade e com a maior presteza possível. Sentimos prazer em criar uma situação de conflito, jogando uns contra os outros.

Não estou aqui tomando partido. Repito! Esta é uma carta de uma cidadã no momento apartidária, que está cansada de ver as pessoas em nome de uma "paixão colorida" suprimir coisas essenciais à vida como o respeito.

E apesar de ter todos os motivos para desacreditar da política brasileira (diante de tantos escândalos de corrupção), ainda me considero uma idealista! Sonho com o dia que alcançaremos uma evolução social tamanha, que pensaremos ideias com mais responsabilidade e discutiremos em tom amigável o que será melhor para um número maior de pessoas (pois é este o real significado da palavra política), visto que desse diálogo depende diretamente o rumo de uma sociedade inteira. Lembrem-se que todos os municípios juntos formam o Brasil, portanto, estamos todos ligados através desta corrente.

Do início dessa campanha eleitoral até aqui eu já decidi votar num candidato e já mudei meu voto. Já pensei em votar noutro e já desisti novamente. Hoje (17), estou decidida a não votar em candidato algum - e apesar desse gesto particular me ferir profundamente como cidadã idealista que sou, e por acreditar no valor imensurável e simbólico que um voto (principalmente o voto feminino) tem nesta democracia - é a minha decisão no momento.

Acarienses, mão sei como você se sentem sobre este assunto, todavia eu estou farta dessas agressões, baixarias, áudios vazados, troca de acusações, intrigas, vaias gratuitas, ofensas; penso que nós acarienses temos o direito a uma política mais respeitosa. 

Acredito que, assim como eu, muitos devem estar cansados desse processo "toma lá, dá cá", algo corriqueiro  nos eventos políticos aqui. 

Por tudo isso não quis participar de nada este ano, e me sinto em paz em ter feito esta escolha sensata. Respeito quem admira esse tipo de situação, quem pensa diferente de mim, mas esta será a minha forma de protesto: meu voto em BRANCO. Infelizmente, esta foi a decisão que os fatos diários me levaram a tomar.

Que bom o Branco significa paz!



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