A questão da mulher na sociedade atual é uma construção social. Tal informação (parafraseada aqui) é de autoria do historiador Leandro Karnal e confirma um contexto que expõe a mulher e o feminino às questões atuais de violência doméstica ou de diferenças salariais e de oportunidades no mercado de trabalho, que podem ser justificadas tanto no patriarcalismo quanto na misoginia; ambos, como disse o mesmo autor um esteriótipo ou modelo afirmado e confirmado ao longo dos anos e que - apesar de alguns avanços - ainda persiste numa situação opressora vivenciada pelas mulheres brasileiras hoje.
Na década de 1930 no Brasil a mulher conquistou o direito ao voto, este fato social parece uma grande conquista, porém é válido lembrar que tal acontecimento histórico (dizem alguns historiadores) trouxe um período de marasmo à luta feminista no país. Nesse contexto, é interessante saber que na situação cultural, na qual estavam estas mulheres envolvidas, possivelmente o voto não seria uma manifestação livre, pois se sabe que as famílias eram comandadas pelos homens e possivelmente o voto das mulheres também. O patriarcalismo era um fenômeno muito comum, quando diferente de hoje, não existiam famílias comandadas e abastecidas essencialmente por mulheres.
Além disso, é possível perceber os costumes e alguns aspectos da sociedade brasileira e ocidental falocêntrica apoiados em certos valores morais como os mostrados no filme americano de 2003 "O Sorriso de Monalisa", o qual contextualiza a educação de jovens mulheres ricas numa escola tradicional no início da década de 1950 nos EUA, as quais são moldadas a serem mães e mulheres casadas tradicionais. Neste sentido, é interessante pensarmos que de alguma forma criou-se formas de atuações culturais que definiram papeis para os gêneros humanos (feminino e masculino), com moldes bem definidos, os quais pregou uma guerra entre os sexos, que banaliza a mulher e mitiga o valor da do feminino em determinados setores sociais. Tal elemento desenvolveu tanto a falta de respeito quanto a aceitação do homem para com a mulher, apontando a misoginia como algo comum nos ambientes profissionais e pessoais.
Portanto, o papel da mulher em nossa sociedade atual é fruto de uma construção social. Para mudar os rumos das situações misóginas que continuam ocorrendo seria importante que em primeiro plano as mulheres e os homens pudessem receber uma educação escolar e familiar menos preconceituosa desda da tenra idade. As escolas poderiam receber incentivos governamentais com Políticas Públicas, no sentido de viabilizar eventos sobre o orgulho feminino nas escolas e ambientes públicos municipais. Além disso, em segundo plano, a misoginia deveria passar a tipo penal, com lei específica, sanções e penas devidas. Dessa forma, o tema teria maior repercussão e poderia inibir o preconceito de gênero no Brasil, tratando a polêmica com a importância devida. Tais medidas poderiam dar enfoque maior e mais visibilidade à mulher na sociedade brasileira atual, imputando voz a esta parcela majoritária da sociedade, que clama - em muitos momentos silenciosamente - nos lares e espaços urbanos deste país.
Saiba mais sobre o tema.
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