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| Foto: Susany Diniz |
Os badalos do sino ao meio dia cessaram. A derradeira alvorada acabara de soar dentro
em mim...
A última novena, a última missa matinal... A procissão se
aproxima. Momento de fé e resignação de milhares de cristãos-católicos, lugar
de agradecer pelas bênçãos e graças alcançadas, palco de muitas promessas reinventadas.
A cada ano um gosto novo, com sabor antigo. Parece passar o
tempo, sem sair do lugar. Acari, vedete do Seridó- hospitaleira cidade,
graciosa, jamais será só. Cada um, presente ou ausente, tem arraigada em si
essa terra acolhedora e pacata, traz no coração uma saudade tristonha de quem
jamais esquece os momentos vividos e eternizados em cada pedra calcada neste
chão.
Há nesse solo um mistério não desvendado, uma espécie de
devoção e bem querência inesgotáveis. Não há defeitos ou falhas nessa relação
amorosa, pois quem é acariense ou simplesmente gosta de Acari, sente uma
vontade perene de estar aqui e de participar desse momento ímpar que é a festa
de agosto.
É cristão e profano, é sereno, doce e também visceral. Acari
tão pequena e simples! Agrada e conquista pessoas sem olhar a quem. Gente
simples e gente grande... Todos sentem essa expectativa que se aproxima ao mês
de agosto e sofre quando ele se vai.
A gente quer que esses 10 dias de festa não acabe mais.
Porque neles a gente pode tudo. Pode ser quem quer ser, ver quem estava longe e
vislumbrar um agosto cheio de novidades e coisas boas pra cada um de nós daqui
há um ano. Nosso mês de agosto funciona como uma espécie de ‘Ano Novo acariense’,
um marco festivo e sentimental de onde iniciamos novos sonhos e perspectivas.
Todo ano é assim. Ao som de cantos e fogos estourando no céu, nossa terra
regozija-se com os seus.
Não é nada demais, é só Acari.
Milena Chaves
Agosto- 2014

Perfeito!
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