sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Acari do meu amor

Foto: Susany Diniz

Os badalos do sino ao meio dia cessaram.  A derradeira alvorada acabara de soar dentro em mim...

A última novena, a última missa matinal... A procissão se aproxima. Momento de fé e resignação de milhares de cristãos-católicos, lugar de agradecer pelas bênçãos e graças alcançadas, palco de muitas promessas reinventadas.

A cada ano um gosto novo, com sabor antigo. Parece passar o tempo, sem sair do lugar. Acari, vedete do Seridó- hospitaleira cidade, graciosa, jamais será só. Cada um, presente ou ausente, tem arraigada em si essa terra acolhedora e pacata, traz no coração uma saudade tristonha de quem jamais esquece os momentos vividos e eternizados em cada pedra calcada neste chão.

Há nesse solo um mistério não desvendado, uma espécie de devoção e bem querência inesgotáveis. Não há defeitos ou falhas nessa relação amorosa, pois quem é acariense ou simplesmente gosta de Acari, sente uma vontade perene de estar aqui e de participar desse momento ímpar que é a festa de agosto.
É cristão e profano, é sereno, doce e também visceral. Acari tão pequena e simples! Agrada e conquista pessoas sem olhar a quem. Gente simples e gente grande... Todos sentem essa expectativa que se aproxima ao mês de agosto e sofre quando ele se vai.

A gente quer que esses 10 dias de festa não acabe mais. Porque neles a gente pode tudo. Pode ser quem quer ser, ver quem estava longe e vislumbrar um agosto cheio de novidades e coisas boas pra cada um de nós daqui há um ano. Nosso mês de agosto funciona como uma espécie de ‘Ano Novo acariense’, um marco festivo e sentimental de onde iniciamos novos sonhos e perspectivas. Todo ano é assim. Ao som de cantos e fogos estourando no céu, nossa terra regozija-se com os seus.


Não é nada demais, é só Acari.

Milena Chaves
Agosto- 2014

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