Nesta segunda-feira (18) foi divulgada uma pesquisa de intenção de votos para a presidência da República. E o panorama que a pesquisa demonstrou deixou uma pulga atrás da minha orelha. Algo interessante me chamou atenção...
Não levemos em consideração a
tragédia, o drama familiar... Vamos falar de política, mais precisamente da
campanha eleitoral de 2014.
Desde a última quarta-feira (13),
quando o avião que levava o candidato do PSB Eduardo Campos (e apontado como 3º
lugar em pesquisas até aquele dia), caiu não houve fatos novos, programas,
serviços prestados à sociedade, nada. Da quarta até hoje o que já existia de
contribuição de Eduardo, Marina, Dilma, Aécio... Tudo já estava posto!
O crescimento estrondoso nos
números da campanha de uma possível candidatura de Marina Silva, agora como
presidente, não conseguida por ela própria quando divulgada sua possível
candidatura lá atrás (quando ainda nem era a vice de Eduardo), nem tampouco
pelo próprio Eduardo quando estava vivo, e junto com Marina Silva numa chapa só - até aquela quarta-feira trágica.
Como explicar esse crescimento?
Consternação popular, solidariedade com a família, com os sonhos que se
perderam junto àquela aeronave que encontrou o chão, projetos e lutas que
explodiram e se espedaçaram como as peças do Cesnna... Difícil saber. O que é perceptível constatar é que a morte
nos faz mártir (sem tirar nenhum mérito de Eduardo Campos, como ser humano ou
homem púbico), e que a política (por mais que não aceitemos) tem um caráter
emocional gigante.
O que me intriga nessa história
é, sobretudo, a maneira leviana com que (muitas vezes) nós avaliamos nossos
representantes. Porque se antes a maioria de nós não concordava que Eduardo Campos
e Marina Silva eram capazes de nos representar bem na Presidência da República,
por que agora depois de sua morte a realidade mudou?
Eu não falo aqui de partidos.
Falo sim de avaliações, de escolhas acertadas e de termos a consciência (tão
declamada por todos nós) em votar direito. Tendo a capacidade de discernir quem
de fato atingirá nossas expectativas, quando estiver no poder.
Que fique claro: Eu nunca tive a
intenção de votar em Eduardo Campos, e confesso que não conheço sua vida
pública e nem saberia avaliar seu perfil político. A verdade que antes de
consolidada a coligação dos partidos dele e de Marina, eu até cogitava a
possibilidade sim de votar nela, por admirá-la e sentir que seus propósitos de
vida e política poderiam coadunar com o meu ideal de governo para o Brasil.
Confesso ainda que não gostei dela não ter conseguido ser candidata à
presidência e logo após ter se ligado ao PSB, e concordado em ser vice de
Eduardo Campos. Mas isso era uma análise particular.
O interessante nisso tudo, e que julgo intrigante é a possibilidade de um
fato (trágico é verdade), mudar radicalmente em menos de uma semana o panorama
político de um país tão castigado como o nosso. O meu desejo é que passado o
susto, nós possamos pensar bastante e com muita cautela elaborar os critérios
que usamos para definir nosso voto. Porque devemos ter a consciência de que
aquela pessoa será, por no mínimo quatro anos, o líder que comandará (pelo
menos oficialmente) o Brasil.
Milena Chaves
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