sábado, 18 de outubro de 2014

Nem tudo que dá o que falar é notícia

Fico muito triste com as coisas que vejo publicadas por aí. Com essa coisa toda de internet, as ferramentas estão acessíveis a qualquer um. As ferramentas digitais transformara pessoas comuns em "formadores de opiniões" da noite pro dia! Isso pode ser visto como algo positivo, visto que dá voz a um grande número de pessoas, pois a liberdade de expressão tem aqui um caminho bem aberto, amplo. Mas, infelizmente moral e ética são matérias bem subjetivas e pra cada um, essas palavrinhas têm significados bem distintos.

Vou dizer algo bem forte, mas que faz parte da minha opinião. Não coaduno com a censura, mas deveríamos ter uma assembleia, um sindicato, uma organização (se possível com a participação de representantes da sociedade civil), para avaliar e buscar punição para quem usasse a internet para ferir o outro e às classes de profissionais. Sei que essa é uma discussão bem complexa, porque lida com temas muito ambíguos.

Todavia, sinceramente eu me sinto muito mal com o que tenho lido diariamente. Fala-se de "política, de moral e bons costumes"... Sendo que essas mesmas pessoas ferem outros princípios e invadem a privacidade de outros, e não se sentem errados ou passíveis de punição. "A brincadeira é desculpem os termos: jogar merda no ventilador, e ver o que dá".

A internet trouxe um acesso à informação muito bom. A velocidade com que os fatos nos chegam são impressionantes. Porém, a quantidade de inverdades, notícias tendenciosas e cheias de má fé, me surpreendem a cada dia. Eu, como jornalista, rejeito esse tipo de coisa.

Gostaria de ver a informação sendo tratada como algo sério e relevante para a sociedade, pois o jornalismo, antes de mais nada, tem um papel fundamental na vida da gente. Para os desavisados fazer jornalismo é falar sobre as verdades das coisas e nem tudo vale uma notícia, pense bem nisso... Como eu sei? Grandes mestres me ensinaram! 

Portanto, sonho com o dia em que a minha profissão seja de fato respeitada e regulada. Assim como todas as outras profissões, o jornalismo exige um conhecimento específico, coisa que se aprende na Academia, como a Medicina, o Direito ou qualquer outra. E não me venha com essa estória que apenas o dia a dia forma um profissional, porque isso é bobagem! O conhecimento teórico aliado ao prático sim, isso forma um profissional de qualquer área. Ou você deixaria sua saúde nas mãos de um médico sem diploma?

Na Universidade aprendemos o que é essa profissão e para que ela serve. Aprendemos a pensar como profissional e a exercer nosso papel da maneira mais verdadeira possível. Essa atividade, se levada eticamente, pode interferir no contexto cultural, político, administrativo do país. Se usado para outros fins, gera uma série de malefícios, tantos que nem podemos prever! 

Me desculpe se alguém se sentir ofendido com minhas palavras. Porém, afirmo que muitos tantos deveriam me pedir desculpas (se éticos fossem), por usar a minha profissão (que eu suei pra aprender) com intuitos ou fins errôneos. Sem medir ou pensar nas virtudes que o bom jornalismo traz à sociedade.

Valorizo as pessoas e as profissões, todas elas. Então, peço que respeitem todos os jornalistas do mundo. E parem de escrever baboseiras! Parem de usar as ferramentas virtuais para escrever o que te mandam, mesmo sem constatar a veracidade daquilo. Chega de imprensa marrom! Não distorçam os acontecimentos, nem transformem mocinhos em vilões. Não criem monstros que não existem nem tampouco coloquem inocentes em bancos de réus. Eu estou farta de discursos moralistas, onde pessoas são julgadas sem serem ouvidas. Aliás, quem são todos vocês, que declaram esse ou aquele culpado ou imoral? O que é moral? Você tem ideia de quantos anos um juiz estuda pra tentar usar seu conhecimento jurídico num julgamento? 

Procurem conhecer, estudar e levar a sério todas as profissões, inclusive a minha. Saiba que o jornalismo exerce influência tão relevante, que é capaz tanto de salvar como de ceifar vidas. 

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