quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A intolerância nossa de cada dia

Um comentário numa postagem minha em minha rede social (facebook) me alarmou hoje logo ao abrir a página. A postagem era sobre um filho assassinado pelo pai na terça (15), em Goiânia.

O post trazia a chamada da matéria "Jovem foi perseguido antes de ser morto a tiros pelo pai, diz delegado". Logo abaixo o comentário que me alarmou dizia que o rapaz tinha cara de psicopata de esquerda. É só clicar no link acima para ver a matéria na íntegra.

Foi então que eu me dei conta das coisas estranhas que pensamos e dizemos. Vivemos um tempo de palavras jogadas ao vento, sem nenhum filtro de discernimento. Independente da opinião dada em meu face, chamo atença para uma reflexão: Um pai mata seu filho. Aparentemente o motivo, algo banal: a militância do rapaz na causa estudantil. Causa maior: intolerância, algo tão falado no momento. E a pergunta, indagação, reflexão que fazemos é: Este rapaz morto pelo pai tinha cara (aparência) de psicopata de esquerda?

Pessoal, quem mata alguém talvez possa ser interpretado como psicopata e não quem é morto. Independente de aparência. Outra coisa: de fato vivemos numa realidade construída com base em aparências, entre lados; pois o rapaz segundo a interpretação do do autor do comentário "tinha cara de de psicopata de esquerda".  Aí eu pergunto quem é a esquerda hoje no Brasil afinal?

Complexo, muito complexo esse cenário intelectual e social em que vivemos hoje neste país.

Aqui somos julgados porque usamos barbas, óculos, minissaia, porque feios e bonitos também; porque somos mulheres ou usamos um batom vermelho. A intolerância e a violência passam a ser permitidas se acharem algum esteriótipo que sirva de base para embasar opiniões e ações sejam elas quais forem, sejam elas crimes ou não.

Complexa, muito complexa essa nuvem conservadora e alienadas pela qual passamos.


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