quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Da inversão das coisas

Eu sou do tempo de que nós mulheres éramos criadas para sermos estudadas, intelectuais, para termos opinião formada sobre tudo (politizadas). Do tempo em que não éramos educadas para casar cedo, pois isso seria coisa mais pra frente, quando já houvesse tido tempo para outras coisas mais importantes como: viagens, estudos, viver a vida. E havia quem aconselhasse para nem casarmos, fazendo oposição sobre os homens e o casamento.

Mas de uns tempos para cá, percebo que apesar de minha geração ter sido educada para ser "livre", a sociedade brasileira não está preparada para absorver o que ela própria ajudou a criar, já que a geração da qual eu falo foi alicerçada pelas ideias e costumes que nela se pregava. Nesse ponto façamos uma análise de gênero, no recorte particular onde se encaixa a situação da mulher em nossa sociedade. Não vejo um respaldo social, nem tampouco, moral no respeito aos valores dirigidos à aceitação do papel da mulher na sociedade atual.

Nisso afirmo a maneira vulgar e preconceituosa que somos tratadas em relação à idade, aos padrões de beleza, comportamento e até ao modo como falamos. Isso ou aquilo é aceito, é permitido. Sempre há cobranças! Nós vivemos rodeadas de julgamentos, seja lá qual for a sua opção e o que esteja fazendo de sua vida. 

Sinto uma forte desvalorização social endereçada a nós. Uma avalanche de posicionamentos que vão de encontro ao que nós aprendemos. O que se espera é sempre mais do que damos, e as pessoas tecem expectativas sobre nós, mesmo quando estes estão totalmente equivocados com o nossos anseios para nós mesmas. Nesse ponto lembro até o tema ética, pois aprendemos a ter relacionamentos motivados por sentimento e o que hoje o escuto com facilidade são opiniões até de próprias mulheres enfatizando o interesse financeiro na escolha de um parceiro. E apesar de não ter sido educada a isso, percebo que esse comportamento vem sendo aceito e incorporado por aí, tanto por mulheres quanto por homens. 

Portanto, seria interessante rever qual tipo de mulheres e homens estamos gerando socialmente, já que o contexto que estamos inseridos ainda é bem machista. E em muitos casos, pedem respostas diferentes das que estamos condicionadas a dar. Qual grau de evolução social e cultural nós vivenciamos? 

Ou será que no fundo aceitaremos a máxima que diz que todas as mulheres e todos os homens são iguais? 








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