Hodiernamente só se fala em política. É campanha, pesquisa, comício, propostas, debates, entrevistas, brigas, partidos, picuinhas... Tanta coisa envolvida.
Em Acari hoje vi passar uma carreata. E, independentemente de cores e partidos, eu acompanhei aquilo tudo passar! E digo que foi uma sensação bem estranha. Eu senti como se assistisse a um espetáculo, eu expectadora. Eram carros comuns, misturados a carros de luxo (dos candidatos claro), uma comitiva com fotógrafos, fogos de artifícios e muitos, muitos acenos e sorrisos, fotos e abraços. Eu realmente me senti bem estranha; incomodada.
Pensei o quanto aquilo tudo nos fazia fantoches, e como aquelas cenas de "amores platônicos", do público diante de seus candidatos (estrelas), que a maior parte do tempo são intocáveis, mas, que em tempo de campanha tentam ser normais, espetaculizam a política e a vida nas ruas, principalmente no interior. Cada um defende a ética do seu candidato, declama aos quatro ventos sua honra e caráter, mesmo não tendo ficado em sua presença mais que 5 minutos durante a vida toda. É um show de intriga, de discursos, de ataques e defesas. Pensei o quanto somos enganados, ou o quanto nos deixamos enganar por cenas forjadas e por paixões desatinadas.
O fato é que aqueles candidatos destacados num carro aberto não são e jamais serão como nós (cidadãos comuns), eles têm poder, dinheiro (muito dinheiro), acesso aos melhores vinhos e restaurantes, viajam a trabalho e a passeio para o lugar que bem entenderem. Lugares, que provavelmente nunca iremos, a não ser em nossos sonhos.
Resumo da situação: endeusamos pessoas, que nem sabemos como são de fato e elegemos representantes, que nem de longe sabem quem somos ou a qual realidade nós pertencemos. Não os culpo por não fazerem o que nós pretendemos, na verdade, eles nem sabem do que precisamos, pois algumas necessidades e realidades nós só interiorizamos quando as vivenciamos na pele. Eles realmente não têm como corresponder às nossas expectativas. De jeito nenhum! Não perdamos nossos tempos, afinal temos coisas banais e rotineiras para fazer - tipo conseguir o pão de cada dia.
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