terça-feira, 28 de abril de 2015

Dos costumes, da ética e do olhar que temos sobre a realidade

Bem, hoje na Universidade tivemos uma ótima aula sobre ética, na disciplina Ética Geral e Profissional. O texto sugerido pelo professor foi um capítulo do livro "Abusado, o dono do morro Dona Marta", do livro de Caco Barcellos. 

Para começar, a ideia de ter numa aula de Direito algo relacionado ao Jornalismo já me agradou bastante, depois percebi que o capítulo do texto - que seria exposto em sala - se tratava de várias estórias sobre personagens reais alocados numa favela do Rio de Janeiro. Confesso que a leitura não me agradou como pensei, pois acho que o meu estado de espírito do dia não me permitiu a frieza necessária para o tema. Eram fatos e histórias muito pesadas para mim nesta terça-feira (29).

O texto falava da realidade do tráfico, das pessoas que estão- diretamente ou não - envolvidas nessa atividade, e sobre um tribunal que ocorria nos morros comandados pelos traficantes no início dos anos 90, quando pessoas eram julgadas e executadas nas ruas pelos mais variados motivos, inclusive nenhum.

Muito se discutiu sobre o tema. Mas o cerne da questão acredito que tenha sido a ética comum existente numa realidade como essa, quando os moradores do morro simplesmente desconhecem a ação e o poder moderador do Estado, e mais, quando aceitam e reconhecem o poder paralelo dos chefes do tráfico. 

É claro que podemos julgar essas pessoas, questioná-las e até negá-las pelo fato de conviverem de perto com o crime, a morte e a violência e simplesmente acharem aquela situação corriqueira. Porém, se olharmos para a nossa realidade diária talvez encontremos várias situações que - guardadas as devidas proporções- podem nos parecer tão comuns e para os outros ( que não convivem nela e nem estão inseridos em nosso contexto) cause repulsa.

O que quero dizer é que quando nos acostumamos com comportamentos e práticas, e mais ainda, quando compartilhamos delas, tendemos a julgá-las naturais, mesmo que absurdas; sejam situações simples ou de grande relevância. É como se a ética pessoal interferisse na ética coletiva; e completo, é como se a ética coletiva variasse de lugar, tempo e espaço.

Então somos levados a pensar qual a ética correta, se é que ela existe. Qual o nosso conceito sobre ética? Ela varia de situação para situação; ou de acordo com o que nossa consciência nos permite e aceita? 

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