Texto republicado - escrito em 2014
Artigo
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Por Milena Chaves
Alguns comentários, fatos e até brigas me chamam atenção em Acari. Tudo relacionado não a Política, e sim relacionado ao que alguns fizeram com ela. Aqui, quem deveria brigar pelo interesse do bem público ou do melhor funcionamento da sociedade, faz o contrário. A campanha eleitoral passou, mas sobrou o discurso raso e a falta de interesse em aprofundar o debate. Nessa terra, as questões sociais do município não importam. As pessoas não importam. O que importa é o partido, o número, a cor.
Veja bem! Por traz dessas letras existe uma cidadã. Seu partido: a cidadania, seu número: o RG, a sua cor: cor de gente.
Paremos pra pensar no sentido e na origem da palavra Política! Segundo Aristóteles, vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem.
Penso que a vida em sociedade requer certos laços de união, que há muito foi esquecido por aqui. Pessoas se levantam contra o próximo e se ofendem, se digladiam em praça pública. Não parece ser isso o certo. Onde está a moral, a ética, a educação, o interesse comum? Na terra das cordilheiras, as amizades são pisadas pelas picuinhas! O respeito é massacrado pela baixaria. Com isso tudo, Acari só perde. Quem ama essa terra não comunga com essa atitude... Perdemos nós cidadãos, acarienses.
A vergonha me toma a cada instante, por saber que faço parte de uma sociedade tão insana, que se disfarça de família, prega valores e só destrói. São pessoas, pais, filhos, irmãos, profissionais, que colocam uma paixão política e, por isso mesmo, irracional- em primeiro plano.
Parecemos muito mais animais rosnando uns para os outros, que homens. Nós batemos nos peitos e gritamos aos quatro ventos, mas uma voz interior sopra na consciência, dizendo que algo está errado. O dinheiro e o poder reinam... Por entre as ladeiras as vozes, ou melhor, os cochichos ecoam. Os mexericos, as intrigas. Acari não pode fazer nada, somos nós quem podemos!
As cadeiras se mexem; os aplausos e vaias se alternam. É trágico e cômico, cômico e trágico. Mais ainda: é humilhante e “degenerador” o que deixamos acontecer, o que fazemos acontecer. Só posso crer no caos do sistema imaginado por Marx. É a avalanche final do início do fim!
Mas a culpa não é do novo tempo, é culpa nossa, minha e sua. É culpa do homem velho que vive no tempo novo, e que faz o velho querendo que o novo aconteça. Nós somos os agentes transformadores. Está em nós o poder de fazer melhor e diferente; de permitir que a sociedade melhore e evolua. Será que de fato estamos fazendo algo sobre isso?
Reflita!

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