quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Ontem, hoje e sempre

Artigo escrito e publicado em 2014, e infelizmente, ainda muito atual.


A cada dia eu comparo o clima político-partidário que se instaurou em Acari (nos últimos anos) com o fanatismo e a intolerância religiosa. Agora, mais que nunca, o desacordo colorido do cenário eleitoreiro acariense se transformou em motivo de guerra. Uma guerra declarada e aberta. Que não escolhe personagem, mas que pode favorecer à personagens e mártires inesperados.

Ultimamente as ruas e os lares de nossa terra foram tomados por canhões e balas trocadas. Numa cidade, que de tão pequena, chegamos a conhecer a todos pelo nome, o nosso vizinho tornou-se - de repente - um terrorista capaz de nos atingir a qualquer momento. Um inimigo!

Não quero entrar no mérito e no julgamento (que cada um e todos fazem todo dia), porque nos discursos apaixonados não cabem (e aí digo de ambos os lados), olhar para o seu próprio rabo e reconhecer em si um pensamento/fala proeminente de uma manipulação que fazemos interiormente, e com isso, interiorizamos e reafirmamos nossas convicções. Assim sendo, em nossa mente e coração estamos sempre certos. O nosso partido é o melhor, nossos representantes são os mais éticos e nossas bandeiras as mais justas!

Não se engane meu caro, você quando profere suas ofensas ao seu amigo de outrora, está expelindo o que tem de mais cruel, disfarçado de boas intenções e sentimentos puros. Você reitera sua opinião aos quatro ventos, sem entender como o outro (seu amigo de antes e agora oponente) não comunga de sua fé. E falando em fé, não tentemos julgar se não queremos ser julgados. Esse é preceito básico da vida espiritual! 

Quero fazer-lhe um chamado; você que vai todo domingo à missa (por exemplo), e que sem perceber quebra seu pacto com Deus e com a fé, ofendendo seus irmãos e usando de “sua boa fé”, para incitar o pior sentimento (por causa de "política" ou de qualquer outro motivo banal), que a humanidade já foi capaz de permitir-se: o ódio. Pense e repense se está no caminho correto!

Não esqueça dos exemplos que fomos capazes de produzir com nossa bondade humana. São holocaustos pontuais e diários - guerras mundiais, que explodiram vidas num cogumelo nuclear nipônico, que em nome da paz, fez apenas uma coisa: guerra.

Você acha que está certo: julgando, criticando, se defendendo às custas da derrota e rebaixamento dos outros (sem respeitar os costumes sociais), se declarando a você e aos seus inocentes? Não esqueça você que até Hitler reconhecia em si uma forma pura de reafirmar a sua doutrina, mesmo que pra isso fosse preciso exterminar milhões de pessoas, pelo simples fato  desse alguém PENSAR DIFERENTE do que ele julgava certo.

Portanto, tenhamos cautela com o que nossas bocas e corações proferem ser o caminho a ser seguido, pois todos os ditadores antigos ou recentes tinham e têm consigo mentes tranquilas com relação às decisões arbitrárias, que tomam e defendem. 

Deus nos deu um bem precioso chamado livre arbítrio; cabe a cada um de nós arbitrar livremente da maneira mais justa possível, pensando não apenas em nós, mas nos outros também. Porque o seu filho é o outro para mim, da mesma forma que eu sou “o outro” para você.

Não façamos de nossas vidas “intifadas acarienses” encouraçadas de bons motivos e recheadas de ódio e política distorcida. Tenho medo, muito medo desse discurso inflamado, que tenho visto por aí. As redes sociais se transformaram em praças de guerras. Um lugar onde deveríamos celebrar e estreitar relações sociais modernas.

Nossas palavras e línguas são como canhões que podem causar ferimentos mortais, eles podem ir além da morte, pois ferem o corpo e atingem a nossa alma. Suas sequelas são infindáveis e incalculáveis! 

Receio acordar um dia e me deparar com um fanático (ex amigo meu) se explodindo em frente à igreja matriz. Porque da intolerância de um homem bomba, que vocifera sua fé sequestrando aviões, e amigos que se enfrentam em tom de ira - após uma celebração de fé cristã, ou após uma manifestação partidária – infelizmente não vejo diferença alguma. 

Ambos são tolos, pois não aprenderam que a religião e os partidos apenas segrega-nos, assim como a política que vocês estão defendendo a "ferro e fogo". O que tenho a dizer é algo bem simples e de fácil constatação: o maior ensinamento espiritual que já conheci até hoje – une, integra e faz bem. Sabe do eu estou falando? De um sentimento que pouco temos enaltecido ultimamente em nossa terra. 

Falo sobre amor!

O partido, a cor, o número

Texto republicado - escrito em 2014


Artigo
Por Milena Chaves




Alguns comentários, fatos e até brigas me chamam atenção em Acari. Tudo relacionado não a Política, e sim relacionado ao que alguns fizeram com ela. Aqui, quem deveria brigar pelo interesse do bem público ou do melhor funcionamento da sociedade, faz o contrário. A campanha eleitoral passou, mas sobrou o discurso raso e a falta de interesse em aprofundar o debate. Nessa terra, as questões sociais do município não importam. As pessoas não importam. O que importa é o partido, o número, a cor.

Veja bem! Por traz dessas letras existe uma cidadã. Seu partido: a cidadania, seu número: o RG, a sua cor: cor de gente.

Paremos pra pensar no sentido e na origem da palavra Política! Segundo Aristóteles, vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem.

Penso que a vida em sociedade requer certos laços de união, que há muito foi esquecido por aqui. Pessoas se levantam contra o próximo e se ofendem, se digladiam em praça pública. Não parece ser isso o certo. Onde está a moral, a ética, a educação, o interesse comum? Na terra das cordilheiras, as amizades são pisadas pelas picuinhas! O respeito é massacrado pela baixaria. Com isso tudo, Acari só perde. Quem ama essa terra não comunga com essa atitude... Perdemos nós cidadãos, acarienses.

A vergonha me toma a cada instante, por saber que faço parte de uma sociedade tão insana, que se disfarça de família, prega valores e só destrói. São pessoas, pais, filhos, irmãos, profissionais, que colocam uma paixão política e, por isso mesmo, irracional- em primeiro plano. 

Parecemos muito mais animais rosnando uns para os outros, que homens. Nós batemos nos peitos e gritamos aos quatro ventos, mas uma voz interior sopra na consciência, dizendo que algo está errado. O dinheiro e o poder reinam... Por entre as ladeiras as vozes, ou melhor, os cochichos ecoam. Os mexericos, as intrigas. Acari não pode fazer nada, somos nós quem podemos!

As cadeiras se mexem; os aplausos e vaias se alternam. É trágico e cômico, cômico e trágico. Mais ainda: é humilhante e “degenerador” o que deixamos acontecer, o que fazemos acontecer. Só posso crer no caos do sistema imaginado por Marx. É a avalanche final do início do fim! 

Mas a culpa não é do novo tempo, é culpa nossa, minha e sua. É culpa do homem velho que vive no tempo novo, e que faz o velho querendo que o novo aconteça. Nós somos os agentes transformadores. Está em nós o poder de fazer melhor e diferente; de permitir que a sociedade melhore e evolua. Será que de fato estamos fazendo algo sobre isso?




Reflita! 

Sempre "alienistas"

Olá, amo esse texto (escrito em 2014) e decidi republicá-lo hoje, porque julgo pertinente mais uma vez. 


Dias atrás uma amiga (a quem mantenho carinho e respeito) mencionou em um comentário o grande escritor Machado de Assis. Ela me fez lembrar, ou melhor, relembrar o autor pela segunda vez esta semana. O caso é que dias atrás estava eu a escrever o texto “Do medo que eu tenho do fanatismo”, e Machado de Assis me veio no pensamento. (cheguei a comentar isso com pessoas próximas)

Pois bem, quando escrevia o referido texto, buscava personagens, figuras de linguagens ou fatos reais, nos quais pudesse ilustrar o meu pensamento sobre o tema abordado. Nesse ínterim, a obra “O Alienista”, de autoria dele pareceu-me uma rica analogia.

Elucidando melhor... O conto machadiano fala sobre Simão Bacamarte, um psiquiatra de renome que volta para sua terra natal (Itaguaí), uma cidade pequena onde almeja se dedicar à profissão. Lá, o médico desenvolve seus estudos e funda um manicômio. E segundo sua teoria, as pessoas que desenvolvessem algum distúrbio no comportamento social por menor e absurdo que fosse (em sua concepção) seria internado. O problema é que em determinado ponto da estória 75% da população de Iguaí estava internada na Casa Verde (esse nome foi dado pelo autor ao hospício. A casa poderia ser cinza, rosa, marrom). Mas foi aí que tudo deu um nó!

O negócio é o seguinte: meu pensamento literário encontrou barreiras... Barreiras tolas e levianas, acredito.

A relação que eu pensava em fazer era entre Itaguaí- Acari (ambas cidades pequenas), o clima que se instaurou na cidade (do texto) e o clima de ofensas que nossa cidade acompanha.

Mas a casa era verde! E eu não quis dar margem para mais desentendimentos.

E voltando à minha divagação sobre as duas cidades, por mais que eu tente não consigo ver lucidez nessas picuinhas partidárias, que permitimos e enaltecemos aqui. Portanto, na maior parte das vezes, me parece bem insano nosso comportamento ultimamente. Não parecemos usar nossa inteligência e sabedoria para conviver em paz. Tem gente assim aos montes, e cada dia os noto mais. Daí eu pensei que boa parte de nós (se morássemos em Itaguaí) seríamos colocados no manicômio pelo dr. Bacamarte, "o alienista".

Porém, apesar de ter enxergado entre o texto de Machado de Assis e nossa realidade cotidiana uma semelhança, não julguei que meu texto seria bem compreendido e mudei a comparação. Mesmo assim, houve quem (e acredito que muitos que não se manifestaram publicamente, o fizeram mesmo assim), tenha se sentindo ofendido, porque em sua cabeça "alienista" pressupõe que eu tenha um lado definido no cenário político acariense.

Moral da estória: eu recuei! Principalmente porque não quis ser mal interpretada e fui. Eu quis falar da situação de maneira genérica, sem tomar partido de A ou B, mas mesmo assim fui taxada. Recebi elogios e críticas e aceito todos.

Mas apesar de ter eu reprimido a minha expressão literária, informo que não o farei novamente.

Descobri com essa experiência, que não vale a pena limitar minha produção intelectual, com receio das interpretações maliciosas, pois sempre haverá aquele que não entenderá o seu propósito. Por mais nobre que ele pareça para você próprio.

Portanto, paciência. Escreverei livremente!

Por favor! Não me pode, caro leitor. O escritor é como uma árvore, seus frutos: as palavras.

Na Terra de São Saruê

Falar sobre umas coisas que me incomodaram hoje...

O Governador Robinson Faria, veio a Acari ontem (27) e prometeu ajuda ao Hospital Regional. Não entendi o que ele está esperando esse tempo todo pra ajudar. Pode ajudar, já deveria ter ajudado não?

O duelo verde- azul continua pelas ruas de Acari. Ontem à noite também teve bate boca, polícia, só faltou o quebra- quebra. Vamos esperar que ainda tem tempo!

O facebook tem tantas declarações e tanto texto bem elaborado como nunca antes visto na história desta cidade. Bora escrever sobre temas construtivos, meu povo!

Ainda bem que o dia 02 é domingo! Não vejo a hora da segunda-feira "santa", e nem por isso ou por isso feriado, chegar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Romântica

Eu queria falar de amor e paixão, mas esses são temas muitos estranhos a mim. Não que eu não goste eu não tenha sentido... Mas, sempre achei um tanto piegas pra falar a verdade. Romântica mesmo só fui na adolescência, quando escrevia poesias e músicas aos meus "amores".

Admiro estes sentimentos e - apesar de fugir muitos deles (reconheço) - percebo que preciso abrir mais a mente sobre, e talvez, não seria de todo ruim experimentá-los mais.

Posso ter levado a frase a seguir a sério demais...


Fique de vez em quando só, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa. (Clarice Lispector)








Pensamentos amanhecidos

Bom dia, leitores

Tenho sido mais assídua no blog, não sei o motivo, mas estou gostando. Dias atribulados com provas (concurso) e na faculdade - inclusive uma hoje (21), que seria amanhã. Infelizmente menos um dia pra estudar! Já estava complicada se amanhã fosse, imagina sendo hoje... Penso que tenho dislexia para o estudo jurídico!

Dizem que amanhã - quinta-feira (22) - será dia de paralisação dos servidores federais. Ok! Mas, nós alunos não temos nenhuma ligação direta com isso. Então.. Realmente não achei justa a antecipação.

Tive que aceitar! Coisa da vida, coisa da UFRN, coisas do Direito, que vem sempre me ensinando (dia a dia), como tudo não é muito justo. O mundo e a justiça! Tema de um próximo artigo.

Por falar nisso, tenho refletido bastante sobre este tema. Assim como tem passado repetidas vezes em meu pensamento: política, ética, tolerância, sociedade, internet, economia...

E por aí vai! Sou dada à reflexões filosóficas, dessas que infelizmente não levam a nada, a não ser à frustrações com as pessoas e com o mundo atual.

Melhor colocar uma música e fazer um café bem forte!

Abraço!

sábado, 17 de setembro de 2016

Carta aberta ao povo acariense

Estou contando os dias para que chegue esse bendito dia 02 de outubro. Curiosidade para saber o resultado das eleições municipais 2016? Não. Conto agoniadamente - dia após dia - para que enfim a vida das pessoas ao meu redor volte à rotina  normal. Vocês poderiam pensar que eu sou uma pessoa altruísta e desejo com veemência o bem estar das pessoas. Porém, não é bem isso! Não é que eu seja malvada, ou não deseje o bem do outro, mas é que o motivo principal dessa carta é que eu desejei dizer: Eu não suporto mais tanta discussão inútil. 

De verdade, estou muito irritada (e percebo a irritação alheia) sobre discussões do tipo troque 6 por meia dúzia, ou você faz isso também, por que nós não podemos fazer? Ou quem criou um cartaz primeiro, quem tem maior número de pessoas numa passeata, ou o que é mais grave: quem denegriu mais o adversário, partido A ou partido B?

A que ponto nós (digo sociedade como um todo) chegamos, gente? 

Banalizamos a política - quando deixamos as propostas de lado e priorizamos os ataques pessoais. Coisificamos o amigo, quando misturamos partidarismo político à amizades sinceras; desmoralizamos o profissional prestigiado ou em construção, quando resolvemos ressaltar seus pontos negativos ou seu deslizes, ao invés de destacarmos um trabalho positivo, seus avanços e determinação em - mesmo enfrentando as maiores dificuldades - tentar desempenhar seu trabalho com dignidade e com a maior presteza possível. Sentimos prazer em criar uma situação de conflito, jogando uns contra os outros.

Não estou aqui tomando partido. Repito! Esta é uma carta de uma cidadã no momento apartidária, que está cansada de ver as pessoas em nome de uma "paixão colorida" suprimir coisas essenciais à vida como o respeito.

E apesar de ter todos os motivos para desacreditar da política brasileira (diante de tantos escândalos de corrupção), ainda me considero uma idealista! Sonho com o dia que alcançaremos uma evolução social tamanha, que pensaremos ideias com mais responsabilidade e discutiremos em tom amigável o que será melhor para um número maior de pessoas (pois é este o real significado da palavra política), visto que desse diálogo depende diretamente o rumo de uma sociedade inteira. Lembrem-se que todos os municípios juntos formam o Brasil, portanto, estamos todos ligados através desta corrente.

Do início dessa campanha eleitoral até aqui eu já decidi votar num candidato e já mudei meu voto. Já pensei em votar noutro e já desisti novamente. Hoje (17), estou decidida a não votar em candidato algum - e apesar desse gesto particular me ferir profundamente como cidadã idealista que sou, e por acreditar no valor imensurável e simbólico que um voto (principalmente o voto feminino) tem nesta democracia - é a minha decisão no momento.

Acarienses, mão sei como você se sentem sobre este assunto, todavia eu estou farta dessas agressões, baixarias, áudios vazados, troca de acusações, intrigas, vaias gratuitas, ofensas; penso que nós acarienses temos o direito a uma política mais respeitosa. 

Acredito que, assim como eu, muitos devem estar cansados desse processo "toma lá, dá cá", algo corriqueiro  nos eventos políticos aqui. 

Por tudo isso não quis participar de nada este ano, e me sinto em paz em ter feito esta escolha sensata. Respeito quem admira esse tipo de situação, quem pensa diferente de mim, mas esta será a minha forma de protesto: meu voto em BRANCO. Infelizmente, esta foi a decisão que os fatos diários me levaram a tomar.

Que bom o Branco significa paz!



O que quer dizer o termo Direitos Humanos?

Você sabe o que são os Direitos Humanos?

Muito se fala sobre o tema, existem também muitos preconceitos sobre o tema. Então, vamos pensar um pouco sobre este tema?


Você deve ter percebido que este tema é bem amplo, visto que falar em Direitos Humanos, é falar ressaltando vários pontos sobre direitos envolvendo grupos étnicos diversificados, não é? Direitos de todos e para todos, inclusive para aqueles que têm seus direitos negados.



Falar sobre Direitos Humanos requer uma abordagem muito subjetiva, sobretudo, porque dita direitos sobre humanizar a sociedade. Ok?


E aí, agora você já sabe o que são os Direitos Humanos?

Boa tarde!

A arte de ser artista

Hoje eu acompanhei alguns fatos sobre a despedida ao ator Domingos Montagner (morto na última quinta-feira 15, nas águas do Rio São Francisco), e por ser ele um artista, muitos depoimentos e imagens exaltavam a sua veia cênica e circense. Claro, tudo isso comove mais, além de saber que uma pessoa boa se foi, um pai, um esposo amoroso. 

Fato que esta questão toda me fez pensar sobre a alma do artista, um ser que se desprende de si para interpretar papéis, que estuda - mas que tem muito da intuição para ser o que é e quem precisa ser. O artista é um ser muito sensível, que percebe as vibrações muito mais fortemente, e por isso, na maioria das vezes é tocado pela vida de uma forma mais visceral e espontânea.

Eu admiro todas as formas de arte!

Isso tudo me fez refletir sobre a ínfima valorização que os artistas recebem diante do real valor de seu trabalho. Não falo sobre os artistas de grande destaque, os que têm contratos milionários (porque estes já têm reconhecimento), nada disso. Falo dos artistas que levam a sua arte com carinho e dificuldade, que às vezes desistem pelo caminho, perdem as forças. Alguns tem naquela arte apenas um suporte emocional, uma forma de descarregar seus demônios e desejos. Outros se escondem, nem se deixa ser notados, alguns nem sabem que artistas são.

Daí eu lembrei que temos artistas em nossa cidade, é claro que nem todos conhecemos. E refleti sobre o quanto não valorizamos essas pessoas diariamente. A maioria de nós nem sabe o que eles realmente fazem: se  cantam ou pintam, se desenham, se escrevem ou se esculpem.

Lembrei de ter recebido um desenho um dia, de alguém que eu via, porém não notava. Um rapaz que estava a me observar e eu nunca havia percebido. Ele me fez de costas, num desenho muito bonito, e no seu silêncio guardou sua obra; somente naquele dia enfim me revelou.

Surpresa e lisonjeada, recebi, guardei, emoldurei. Percebi o quanto somos cegos, mesmo enxergando! Porque eu era observada e não percebera; isso talvez nos aconteça todos os dias, não é mesmo? Talvez eu nuca saberia que ele havia me desenhado, se ele mesmo não viesse até mim.

Eu vi a sua simplicidade ao se aproximar com respeito, e me senti muito apreciada como mulher ao contemplar o seu presente. Em tempos em que percebemos exemplos diários de desrespeito à mulher e ao ser humano, resgatei em seu gesto admiração e zelo e me iluminei. 

Hoje ao relembrar, me iluminei com essa doce lembrança e pedi aos céus que encha de luz todos os artistas (inclusive a alma de Domingos, que transparecia ser uma pessoa do bem- todos o descrevem: "doce"), e em especial a este sobre o qual falo expressamente neste texto - autor da minha imagem desenhada, e que ilumine todos nós também. Nós todos estamos cada vez mais imersos numa escuridão de realidade conflituosa e violenta, que nos turva a visão e sabedoria. Vivemos tempos líquidos.

O desenho é este: "A Garota do Ônibus", o autor Josenildo Medeiros, um acariense com muito talento!




Exaltemos então a arte.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Bola pra frente

Bom dia!
Hoje li essa reflexão no Instagram e achei super interessante! 


A palavra que resume esta frase é "Resiliência", que seria a capacidade que cada pessoa tem de se regenerar após decepções, tristezas e perdas. Acredito que todos nós seres humanos temos esta capacidade dentro de nós, às vezes, não a conhecemos, até passar por uma situação ruim e logo em seguida levantar a cabeça e continuar vivendo.

Na verdade, esta é a única alternativa que temos, não é mesmo?

Permanecer naquele estado de letargia é questão de tempo. Um tempo ruim e necessário. É importante curtir a dor, o banzo, dizem alguns especialistas! Até porque ninguém é feliz e sorridente o tempo todo. As coisas nos afetam de alguma maneira.

Daí chega o dia de enterrar o que tá te fazendo mal, pensar: "Preciso me reerguer", e bola pra frente.

Isso é ser resiliente na vida. E sei que você é, assim como eu sou. Todos temos esta capacidade, basta acreditar na força positiva que existe em nós e simplesmente continuar.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

À sombra do Enem


O Enem se aproxima, e um fator que conta muito na nota final desse exame é a redação. E falar em redação é ter a noção da prática da escrita. Escrever bem requer escrever sempre.

Outro ponto muito forte é ler e se informar. Assista o máximo de jornais, palestras sobre temas atuais e de relevância social, assista filmes sobre os mais variados temas, fique ligado na realidade ao seu redor e treine. Redija textos sobre esses temas!

Um exemplo importante do que estou falando é uma experiência minha sobre a prova do ano passado, quando muitas questões abordavam o feminismo e a pensadora Simone de Beauvoir,  e por sorte eu tinha visto um filme sobre sua vida na semana que antecedeu a prova. Foi algo que me ajudou bastante no exame como um todo!

Estes são apontamentos de alguém que escreve desde criança, que escreve diariamente (aqui inclusive sempre que tenho vontade), e que jamais tirou uma nota abaixo de "900" em redações do Enem.

Portanto, acredite, escrever é a única forma de aprender a escrever bem e correto.

Boa noite!

Somos vários mundos



Conviver em sociedade é bastante complexo. Pessoas, fatos, dilemas, conflitos... Todos os dias nos deparamos com o outro e com nós mesmos.

Se podemos enxergar em nós tantas confusões existenciais, misture-se a elas os inúmeros mundos que habitam em cada um. 

Cada dia é uma batalha não surtar, relativizar e tentar melhorar-se no possível e entender que cada um pensa de uma forma, então o outro tem direito a tudo - desde que ele acredite nisso - Inclusive ser mal, amoral, sem ética, abusivo e violento. Mesmo não se dando conta disso!

ATIVIDADE DIÁRIA!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A consciência nos faz tristes

O  mote inicial dessa postagem é a frase do historiador e intelectual brasileiro Leandro Karnal. 
                                                          
"A ignorância é uma benção".


Esta frase me fez pensar sobre o quanto dói estar a par de todas as coisas que acontecem no mundo: conflitos, corrupção, mentiras, violências, ironias, maldades, vícios, crimes, falsidades, inveja, cobiça... São tantas as coisas que, alguém que tem o mínimo de discernimento sobre a realidade atual conhece, que às vezes chegamos a imaginar que essa sociedade está fadada ao fracasso total - porque como são vãos os esforços em pensar um mundo melhor.

Quanto mais eu amadureço, mas eu tenho medo e mais eu tenho consciência do mundo, e percebo que a vida têm muitos riscos.

Em muitos casos saber a real natureza da sociedade atual é possível ser nomeado como pessimistas ou radicais por aqueles que acreditam que o mundo vai melhorá como num passe de mágica.

A consciência, segundo Leandro, é um peso" Saber a verdade é penoso!

Portanto, ter consciência do que somos, em que sociedade estamos inseridos é duro e árduo. É frustrantes reconhecer que isso tudo permanecerá, dia a dia.

Liberdade dada e pretendida

Eu venho mantendo um costume aqui no blog de não postar meus textos sobre política em redes sociais por dois motivos especiais: porque percebo como as discussões de facebook (por exemplo) são rasas, dadas à paixões partidárias, e porque percebo o quanto um debate esclarecido - sobre temas enriquecedores para a sociedade - NÃO faz a cabeça da maioria do público que frequenta aquela rede. Não é preconceito, é análise e observação.

Não tenho a menor pretensão de fazer a cabeça de ninguém com meus textos, apenas chamo os leitores à uma reflexão sobre os temas que eu julgo pertinentes, este é o meu intuito ao escrever - já que tenho zero de interesses financeiros neste blog.

Assim sendo, uma vez ou outra eu compartilho meus textos em minhas redes sociais com o objetivo de analisar a repercussão que determinados temas tem no grande público, tipo um indicador, uma pesquisa. Nada mais! 

Deixo as pessoas livres para lerem o que bem entenderem, e não procuro audiência, de jeito nenhum. Eu escrevo porque eu gosto e porque me faz bem. É um hábito de infância!

Da mesma forma me sinto livre para escrever (neste espaço) o que eu bem desejar.

Gostaria de enfatizar, que em tempos de política, o sistema de cores é tão intenso em Acari, que (na sua grande maioria) apenas os que sentem-se "do mesmo lado" que eu, leem, compartilham e curtem os meus textos compartilhados nas redes. Sendo assim, qualquer coisa que eu publique tem os mesmos acessos e curtidas, apenas o que mudam são as cores das camisas que vestem as pessoas que 'admiram' a minha escrita.

Por fim, nada mais sobre o tema. Eram apenas estes esclarecimentos o motivo da postagens. 

Boa tarde a vocês!






sábado, 10 de setembro de 2016

Indagações

Não consigo entender o efeito "micareta" dos "arrastões" que ocorrem em campanhas políticas no interior do RN.

Minhas hipóteses seriam: uma forma de lazer para os jovens, que não têm opções variadas para isso no interior, uma identificação político- partidária muito forte (algo que move essas pessoas de forma muito intensa ou apaixonada), ou por último - mais importante e menos provável - uma consciência ética e cultural em mudar para melhor a política brasileira.


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Reflexões

A vida inteira tive ao meu redor pessoas que tinha elas próprias como centro de sua vida, isso me fez muito mal sempre. Porque eu percebia o pouco valor que eu tinha para elas, porque a felicidade delas e interesses delas estavam sempre em primeiro plano. Por bastante tempo me subjugaram a lugar de menos destaque, pelos mais variados motivos: eu era a mais nova, as mais frágil, a menina, a louca, a que não importava os sentimentos, a que poderia se humilhar-se em determinadas ocasiões ou funções, as mais sensível... Enfim, alguém que era usada para o que os outros não queriam fazer.

Meu sofrimento interior era tamanho, que eu chegava a escrever cartas Deus, indagando ao mesmo o porquê daquele tratamento destinado a mim, que não me sentia malvada ou tão merecedora de tamanha indiferença de pessoas que deveriam me proteger, enaltecer e contribuir ao meu crescimento.

Dramática, me diziam! 

Em minha opinião, as pessoas criam seus bodes expiatórios para descarregar suas frustrações, seus medos ou suas fraquezas. Com isso, acabam por cobrar contas em inocentes. 

Por várias vezes me senti injustiçada, e nada podia fazer.


Enfim, um dia eu completei 30 anos. Cresci, virei adulta, era assim cobrada nas mais variadas vertentes da vida cotidiana de adulto, porém, percebi que não deixara de ser a menina bode expiatório de antes, que recebia ordens, que deveria abdicar de suas vontades em detrimentos às dos outros, que deveria sempre ser boazinha e aceitar os desmandos, que deveria obedecer à hierarquia eterna de favores feitos e contabilizados por uma lista infindável que jamais teria fim.

Um belo dia eu acordei, me empoderei e disse não.

Eu respeito e quero ser respeitada, eu escuto e quero ser escutada. Eu, assim como você e outro, sou indivíduo, pessoa, cidadã e desejo ser, assim como você, ser o que pretendo e como eu pretendo. Assim sendo, criei muitos conflitos, os outros - desacostumados com a minha vontade, vociferou. 

Infelizmente existem pessoas que acostumam-se em fazer do outro a sua cela. Ninguém que ser a cela, apenas o dono do cavalo.

Assim sendo, eu também não quero ser a cela, e resolvi nunca mais ser. Me desculpe, não gosto de montaria.


Pérolas políticas

Meu lado é o melhor, aqui não há baixarias e tempos propostas. A família está crescendo (Situação)


Meu lado é o melhor, aqui não há baixarias e temos propostas. A família está crescendo (Oposição)




Estou ficando confusa, é tudo tão igual que fica difícil optar!



Política de interior e suas pérolas...

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Fatos e absurdos

O efeito "paixão política" na terra das cordilheiras está chocante!

Domina fera quem ninguém dominou, levanta paralíticos e devolve a visão aos cegos.

Só pode ser o Apocalipse mesmo. 

Volta, Jesus por favor! O mais rápido possível... 
#taosso


Sobre os cabrestos de ontem, hoje e de sempre

Hoje eu ouvi uma palavra logo cedo ao despertar: cabresto.

A palavra permaneceu ecoando em meu pensamento o dia todo, não sei se porque a ouvi num volume bastante alto para quem acabara de acordar num "7 de setembro", ou se por um motivo banal e qualquer  que não me permito entender. Fato é que não consegui esquecê-la ao longo do dia.

O contexto que a palavra foi proferida - e aqui me abstenho de conhecer ou citar o autor desta, 
por entender que para o fim que se presta no momento não será necessário e, sobretudo, não deixará nenhuma lacuna semântica.

Voto de Cabresto

Segundo o Google - é um sistema tradicional de controle de poder político através do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. É um mecanismo muito recorrente nos rincões mais pobres do Brasil como característica do coronelismo. Para mais informações clique aqui.

Pois bem. Falar sobre esta prática atualmente traz à tona inúmeros diálogos, pois teoricamente o Brasil desenvolve uma democracia, na qual o povo livre, vota ao seu total arbítrio de forma secreta e soberana (voto garantido pela CF/88), e tem hoje uma legislação eleitoral estabelecia que garante direitos sob a luz desta Constituição.

No Brasil de outrora (século XIX), o coronel utilizava seu poder econômico para garantir a sua própria eleição ou dos candidatos que apoiava, ou seja, o voto estava muito e diretamente envolvido com as condições financeiras, econômicas e sociais do eleitor/ candidato/ coronéis. Em muitos casos o eleitor tinha a sua vida diretamente influenciada por aquele voto e pelo resultado daquela eleição (não que hoje não tenham também). Eram relações de extrema obediência, considerando a sociedade da época.

Na "República Velha" o povo tinha o seu voto direcionado a alguém ou a determinado partido porque apresentava uma relação de dependência para com aquele regime, de alguma maneira devia algum favor a alguém (ao patrão, ao empregador, ao coronel), esperava algum benefício, pois tinha laços de gratidão ou serventia. Em muitos casos, recebia daquele algum valor em troca do seu voto; isso quando não recebia ameaças, era alvo de represálias ou perseguição. Tempos bem difíceis aqueles!

Hoje, infelizmente ainda percebemos muitos traços como os citados acima no trâmite eleitoral brasileiro. Talvez não de forma tão nítida ou com tamanha agressividade (física) como antes, porque os tempos são outros, e apesar de todos os problemas das mais variadas ordens que o país enfrenta, temos agora um pouco mais de seguridade jurídica, e o coronéis teoricamente se extinguiram.

Porém, é possível enxergar as dependências que este dia 7 de setembro abarca. Aqui, ali e em qualquer lugar deste país é provável constatar a compra de voto, a promessa de emprego, ou qualquer tipo de coerção relacionada à troca de um benefício (seja ele qual for) por um voto. Ninguém é capaz de provar, mesmo sabendo que exista.

O cabresto de outrora vive, perdura. Não se engane leitor, apenas fora reformado ou maquiado. Talvez não possa se apresentar com as mesmas vestimentas do passado, tenha um certo receio de manter-se como era. Muito provavelmente, em 2016 recebeu uma tinta nova, se revestiu de outros discursos, aprendeu novas palavras; quem sabe possua hoje outra cor, outra música, mas sempre esteve, está e estará aqui. 

Onde falta dignidade para o povo comum (simples), sobra espaço para o dinheiro comprar o que puder.




Por que odiamos tanto?

Segundo o estudioso Leandro Karnal o que une as pessoas não é o amor por algo e sim o ódio em comum. Para ele, esta a maneira mais fácil de juntar pessoas por um objetivo real querendo o mesmo fim.

Já para o pensador contemporâneo Luiz Felipe Pondé o núcleo familiar é um ambiente mais dominado pelo ódio, diferente do que esperamos ou pregamos. Segundo o mesmo, apesar de a maioria exaltar a família como algo imprescindível para a vida em paz, é um dos ambientes mais conflituosos para o homem.

Tomando por base o pensamento desses dois intelectuais contemporâneos podemos então refletir sobre a sociedade que estamos inseridos atualmente. Você já percebeu como o ódio está presente em nossa sociedade atualmente?

Sobre a questão de intolerância relacionada à violência

Segundo Luiz Pondé ,ainda, os jovens brasileiros nos últimos anos (mais precisamente após o 11 de setembro), tem demonstrado uma maior atração com relação ao Islamismo. Uma, religião que temos como muito ligada à intolerância religiosa. Para ele o jovem é alguém que necessita de um valor de pertença e que o faça reconhecer inserido naquele determinado grupo; o jovem gosta de ser valorizado.

Pondé ainda explicita que normalmente existem dois grupos: os que têm medo do Islamismo por associarem aos homens bombas, ao terrorismo e os que acreditam que o terrorismo islâmico foi criação americana. Segundo o mesmo nenhum e nem outro! A generalizações não permitem enquadrar todos num mesmo lugar.

O interessante é pensar que as pessoas, apesar de terem traços muito parecidos, não podem dizer de fato quem é ou quem não é determinada coisa. Por exemplo: dentre inúmeros indivíduos estarem ligados à religião islâmica, isso não indicará de fato que estes serão perigosos ou violentos.

Para uma realidade promíscua e de convivência contínua, as relações tornam-se muito complexas e emaranhadas. Num certo momento haverá desentendimentos, divergências e o ódio, o lado sombrio do ser humano com certeza tende a aparecer, ressalta Pondé.

Infelizmente é perceptível esse caráter mais voltado ao ódio ultimamente na sociedade, é fato.





domingo, 4 de setembro de 2016

O mundo se perdeu

Já ouviram essa música do Projota? Faz Parte.



Letra bonita, que me fez refletir. Sabe quando você para, presta atenção, a melodia te toma, te contagia e você ouve mil vezes?

Não tenho o costume de ouvir suas músicas, porém um trecho em especial me disse muito.

"Ai que saudade eu sinto de noventa e pouco, vamos mostrar pra esse povo qual é o jeito certo de amar"... 

Queria muito ter escrito isso. Tipo, lembrei da minha adolescência, e não sei se é pura nostalgia ou de verdade as relações tinham ligações mais próximas antigamente. Mas, como assim? Agora tá tudo tão mais fácil, a tecnologia possibilitou uma rapidez na comunicação e tal... Parece que as distâncias se aproximaram. O mundo parece menor hoje!

Pois é,  mesmo assim sinto que agora as pessoas estão conectadamente desconectadas. "Ninguém se apega, só se pega", diz o Projota em outro trecho, "Peço mais amor, por favor". Eu vejo o mundo, reflito e percebo-o através de lentes embaçadas pelo individualismo, pela liquidez dos sentimentos. Estranho, muito estranho.

É cadê o amor, sinto falta do apego. Isso tudo é coisa nossa, de gente, de pessoas que sentem e se envolvem. Estamos próximos- cada vez mais - e cada vez mais distantes. Ligados uns aos outros através da rede, dos aplicativos, da tecnologia. E cada vez mais sozinhos! É assim que eu sinto.

Faz parte dessa nova realidade. 

Daí que,  eu sinto saudade de noventa e pouco. Ah, e como eu sinto!

Precisamos ser regados

O ser humano precisa sentir-se especial.

Acredito que todos nós temos essa necessidade: valorização. Mulheres, homens... Todos nós nos sentimos melhor quando somos enaltecidos e percebemos que ao nosso redor existem pessoas que nos admiram. Do contrário, o amor próprio fica baleado.

Já ouvi inúmeras vezes: "Fulano me faz sentir-me pra baixo". Ruim, não é? 

Energias suprimidas que acabam por sugar a alegria de viver de alguém, que espera ser vista e lembrada positivamente por alguém a qual dá importância.

Bem comum isso atualmente. A gente às vezes esquece de elogiar, de agradecer a quem tá perto e míngua o afeto do outro.

Ela só quer paz

Quantos textos tenho visto no facebook! Bom seria se fossem textos interessados em debate de ideias, discussão sadia bem intencionada. Política pelo bem comum, evolução social, políticas públicas...

Infelizmente muita gente depreciando o outro na rede, um debate de bandeiras oponentes, que sinceramente não leva à lugar algum e nem acrescenta nada.

Abster-se da paixão bicolor aqui em Acari é uma experiência bem interessante; traz uma serenidade despretensiosa por lados, uma paz interior e intelectual somada a uma liberdade sem tamanho para escrever o que eu quero e penso, sem preocupações ou direcionamentos.

É ótimo! 

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Do adeus do fim de agosto

Hoje o Brasil assistiu uma presidente eleita por voto popular (54 milhões) ser afastada pelo voto de 61 representantes também eleitos pelo voto do povo brasileiro. Na sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Eleitora, Ricardo Lavandoviski, o senadores se digladiavam como na Roma antiga, mesmo tendo o gladiadores sido superados pelo tempo e pela história da humanidade

No Brasil hoje existem os prós Dilma e os que odeiam o PT. Digo isso porque tenho percebido o ódio nas palavras deferidas e uma espécie de revolta popular daqueles que se posicionam contra o modelo político- administrativo implantado pelo Partido dos Trabalhadores nos últimos anos. E preciso confessar que isso muito me assombra, porque a ira tem provocado - na história político/ administrativo do mundo efeitos devastadores. Me permito dizer que os que desejavam que a presidente Dilma Rousseff fosse retirada rogam pela luta contra a corrupção, mas eu me permito também perguntar-lhe - caro leitor - se a corrupção será de vez extirpada, com a saída de Dilma e de sua turma da presidência. Faça uma reflexão sobre a corrupção nos dias atuais!

Sobre os últimos anos sob a administração de Lula e Dilma e projeto alguns apontamentos. Umas das coisas mais nítidas que percebo sobre o Brasil é ascensão da classe trabalhadora, das pessoas que nunca tiveram vez e voz neste país.

Eu olho ao redor e percebo pessoas, que antes não tinham nenhuma perspectiva de crescimento intelectual, cursando uma graduação, fazendo intercâmbio. Vejo pessoas que antes não poderiam nem sonhar com uma casa própria, realizando seu sonho de morar no que é seu, com um carro na garagem, pessoas comuns viajando de avião.

Por outro lado eu vejo pessoas que tinham sua casa, que podiam custear seus estudos, que já tinham carro e já tinham o costume e a oportunidade de viajar de avião e conhecer até mesmo outros países, contestando a possibilidade daquelas outras de terem as mesmas oportunidades que eles já possuíam.

Eu noto uma espécie de desdenho, de má vontade mesmo, de preconceito social e econômico que a antiga classe média passou a ter com a classe trabalhadora. É o mesmo ranço que eu observo em relação às minorias; um hétero que denigre um homoafetivo, ou um "branco" que rebaixa um negro. São questões complexas de ordem social, mas que permitem uma análise totalmente voltada ao poder financeiro das pessoas, porque que sabemos: sempre prevalece o poder financeiro nesta sociedade.

Trocando em miúdos: tenho percebido que o abastardo de outrora não está satisfeito com a nova posição do pobre brasileiro, e que muitas pessoas intituladas brancas não entendem a realidade negra e de minorias neste país. E digo mais, é algo que necessita de reflexão, e realmente reflexão é algo complicado - refletir sobre um tempo, uma sociedade, causa muitos problemas, inclusive tristeza e dor de cabeça à quem decide pensar sobre o caso. Requer desprendimento e doação à situação de pessoas que nem sempre estão do mesmo lado que você!

Eu não sei qual o interesse de você leitor no que houve no plenário do Senado neste dia negro de agosto, talvez nenhum. Espero veementemente que tenha ao menos percebido duas coisas: que o voto consciente para em eleições - que me parecem não despertar tanto interesse como ocorre nos pleitos municipais e estaduais- são de grande valor. Perceberam que dois votos devem ter a sua maior atenção: para senador e deputado? Eles são de suma importância no modelo político que o Brasil adota.

A segunda que apesar de todo blá blá blá, em terras tupiniquins não é o Direito, nem tampouco a boa política e nem o voto popular (que a nossa Constituição Federal de 1988 considera "soberano") quem decidem... 

Como disse um grande amigo meu: "Soberano mesmo é o capital".

*Texto escrito em 31 de agosto e 2016.