segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Como a tragédia com Eduardo Campos mudou os números da campanha eleitoral no Brasil


Nesta segunda-feira (18) foi divulgada uma pesquisa de intenção de votos para a presidência da República. E o panorama que a pesquisa demonstrou deixou uma pulga atrás da minha orelha. Algo interessante me chamou atenção...

Não levemos em consideração a tragédia, o drama familiar... Vamos falar de política, mais precisamente da campanha eleitoral de 2014.

Desde a última quarta-feira (13), quando o avião que levava o candidato do PSB Eduardo Campos (e apontado como 3º lugar em pesquisas até aquele dia), caiu não houve fatos novos, programas, serviços prestados à sociedade, nada. Da quarta até hoje o que já existia de contribuição de Eduardo, Marina, Dilma, Aécio... Tudo já estava posto!

O crescimento estrondoso nos números da campanha de uma possível candidatura de Marina Silva, agora como presidente, não conseguida por ela própria quando divulgada sua possível candidatura lá atrás (quando ainda nem era a vice de Eduardo), nem tampouco pelo próprio Eduardo quando estava vivo, e  junto com Marina Silva numa chapa só -  até aquela quarta-feira trágica.

Como explicar esse crescimento? Consternação popular, solidariedade com a família, com os sonhos que se perderam junto àquela aeronave que encontrou o chão, projetos e lutas que explodiram e se espedaçaram como as peças do Cesnna... Difícil saber.  O que é perceptível constatar é que a morte nos faz mártir (sem tirar nenhum mérito de Eduardo Campos, como ser humano ou homem púbico), e que a política (por mais que não aceitemos) tem um caráter emocional gigante.

O que me intriga nessa história é, sobretudo, a maneira leviana com que (muitas vezes) nós avaliamos nossos representantes. Porque se antes a maioria de nós não concordava que Eduardo Campos e Marina Silva eram capazes de nos representar bem na Presidência da República, por que agora depois de sua morte a realidade mudou?

Eu não falo aqui de partidos. Falo sim de avaliações, de escolhas acertadas e de termos a consciência (tão declamada por todos nós) em votar direito. Tendo a capacidade de discernir quem de fato atingirá nossas expectativas, quando estiver no poder.

Que fique claro: Eu nunca tive a intenção de votar em Eduardo Campos, e confesso que não conheço sua vida pública e nem saberia avaliar seu perfil político. A verdade que antes de consolidada a coligação dos partidos dele e de Marina, eu até cogitava a possibilidade sim de votar nela, por admirá-la e sentir que seus propósitos de vida e política poderiam coadunar com o meu ideal de governo para o Brasil. Confesso ainda que não gostei dela não ter conseguido ser candidata à presidência e logo após ter se ligado ao PSB, e concordado em ser vice de Eduardo Campos. Mas isso era uma análise particular.


O interessante nisso tudo,  e que julgo intrigante é a possibilidade de um fato (trágico é verdade), mudar radicalmente em menos de uma semana o panorama político de um país tão castigado como o nosso. O meu desejo é que passado o susto, nós possamos pensar bastante e com muita cautela elaborar os critérios que usamos para definir nosso voto. Porque devemos ter a consciência de que aquela pessoa será, por no mínimo quatro anos, o líder que comandará (pelo menos oficialmente) o Brasil.

Milena Chaves

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