segunda-feira, 16 de junho de 2014

Regiane Cravid: a simpática africana que escolheu a UFCG para realizar seu sonho de estudar Direito

Distância, saudade, conhecimento e superação.

Regiane faz intercâmbio no Brasil e cursa Direito na UFCG (Sousa)
Regiane Cravid, 19 anos, natural de São Tomé e Príncipe (África) decidiu fazer intercâmbio com o objetivo de adquirir conhecimento e maturidade intelectual. Planejou sua vinda ao Brasil há 2 anos, pensando em se tornar bacharela em Direito. Quando soube do convênio entre Brasil e África, logo se informou sobre o PEC -G, programa que possibilita que estudantes interessados na formação acadêmica possam estudar numa Universidade brasileira. Foi então que Regiane passou por uma seleção e logo que aprovada fez um curso de português brasileiro, com duração de um mês, na embaixada brasileira de seu país. Depois de enfrentar toda a burocracia necessária, seguiu rumo à sua viagem que durará 5 anos.

Regiane, que está morando na Residência Universitária no Campus de Sousa (CCJS), é uma moça simpática e meiga.  Ela conversou comigo sobre essa nova experiência em sua vida, e disse que sempre quis ser advogada e que pretende fazer mestrado no Brasil, quando acabar a graduação, mas que sonha em voltar ao seu país e trabalhar com o Direito lá.

Bate- papo
A estudante africana sentiu-se bem acolhida em Sousa

Milena Chaves: Quando e como chegou ao Brasil?

Regiane: Cheguei ao Brasil dia 09 de abril, vinda de Portugal. Fiz uma escala em Salvador, depois segui para Campina Grande-PB, onde tratei de regulamentar os documentos na Polícia Federal.

MC: Como foi recebida em Sousa?

Regiane: Desde que cheguei em Sousa fui muito bem tratada, e por incrível que pareça, não sofri nenhum preconceito, apenas percebi que existe uma certa curiosidade sobre minha vida e sobre os costumes do meu país.

MC: O que mais te chamou atenção aqui?

Regiane: Algo que me chamou bastante atenção foi a comida. Vocês brasileiros usam pouco tempero e pimenta no preparo dos alimentos, diferentemente de nós lá no nosso país, pois nossa comida é bastante temperada!

MC: O que você está achando da UFCG, do Campus de Sousa e do Curso de Direito daqui?

A jovem encara sua experiência no Brasil como uma forma de amadurecimento pessoal e profissional
Regiane: Estou gostando. As aulas são interessantes e me ajudam na construção de meu espírito crítico. Os professores são muito comunicativos, pacientes e, acima de tudo, inteligentes.

MC: Quais as maiores dificuldade que têm enfrentado?

Regiane: Minhas maiores dificuldades são o clima e a distância, pois o clima da minha cidade é bem mais ameno do que o de Sousa e sobre a distância, sinto muita falta da minha família e não sei quando irei vê-los, já que a passagem é bastante cara e não recebo nenhum auxílio financeiro dos governos africanos ou brasileiro para morar aqui. Eu nunca fiquei tanto tempo longe de casa, mas estou decidida a passar os 5 anos de graduação neste país .

MC: O que mais gostou no convívio com as pessoas aqui na cidade de Sousa e na residência universitária?

Regiane: As pessoas são muito acolhedoras aqui. Na residência universitária as meninas parecem fazer parte de uma família, elas são bem unidas e umas apoiam as outras, isso ajuda a superar as diferenças diárias.

MC: Qual problema você destacaria em relação a morar na Residência Universitária?

Regiane: O maior problema é mesmo a internet, que deve ser melhorada, ela oscila bastante e quando mais precisamos (para fazer um trabalho ou para outras atividades), ela não funciona. No meu caso, isso é bem ruim já que uso a internet e as redes sociais para me comunicar com meus familiares que estão lá na África.

MC: Para terminar, quando você pensa na sua família e em tudo que deixou para traz quando veio para o Brasil (em busca do seu sonho), o que te impulsiona a continuar com seus objetivos?

Regiane: É corresponder as expectativas dos meus pais, que fizeram muitos gastos comigo, e acima de tudo terminar a minha graduação. Essa experiência de vir estudar no Brasil, no Nordeste (tão longe de todos que conheço lá na África), será muito fortalecedora, pois nunca vivi sozinha, e isso me fará aprender a me virar. Enquanto estiver aqui quero estudar bastante e aprender novas coisas. Penso em viajar para vários lugares do Brasil, assim poderei conhecer ainda mais sobre a cultura desse povo.

 
Regiane sonha ser advogada

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