segunda-feira, 20 de abril de 2015

Sobre a violência e suas variantes

Bem, hoje é segunda-feira, dia que sugere começos...

Sei que amanhã é feriado, dia de descanso e hoje muita gente está passeando e curtindo porque emendou o feriado ao final de semana. O tema é um tanto sério. Porém, para quem escreve as palavras são como inspirações. Quando chegam à mente, precisam ser expostas imediatamente.

Gostaria de falar sobre violência! Violências psicológicas, morais e físicas.



Só quem já passou por algum tipo de violência (e acredito que a grande maioria já) pode perceber o sentido real disso. Quando somos agredidos - seja uma vez apenas, ou diariamente- sentimos de forma crua os efeitos em nós mesmos. Claro que todos nós somos diferentes, uns mais sensíveis que outros, uns mais expansivos, outros mais resignados, tantos outros mais introspectivos. Não quer dizer que alguns de nós sentem mais a violência, apenas são modos diferentes de vivenciar aquele momento.

A violência psicológica desencadeia sintomas físicos, afeta as atividades diárias (o sono, o apetite, o humor), e desfalece o indivíduo; podendo afastá-lo do convívio em sociedade e deixá-lo abatido e até doente. São efeitos graves e que minam o bem-estar da vítima. Para muitos esses sintomas podem ser considerados irrelevantes; não faço parte desse grupo, pois acredito que a força de nossas ações está no cérebro, nos pensamentos e esses emanam energia e bons fluidos para o bom funcionamento do corpo. Sempre fui adepta da psicologia e acredito especialmente em seus efeitos.

A violência moral afeta o indivíduo no seu íntimo, pois para quem é ofendido moralmente o caráter de alguém diz muito sobre ele. É verdade que a moral têm significados e valor divergente em cada um, porque é influenciado de maneira direta pelo conceito que temos de moralidade; conheço pessoas que julgam imoral ou amoral um beijo, mas que ocultam atos ilícitos às vezes expressos (escritos) como crime pelo ordenamento jurídico brasileiro. Se alguém é ofendido moralmente, ele só se perceberá nesse patamar, quando em seu juízo de valor verificar que aquele dano afrontou o que ele próprio conceitua como sendo moral. Portanto, a moralidade é um tema bem subjetivo!



E por fim, e não menos importante, a violência física. Esse qualquer um pode verificar, dada a sua evidência prática; o ato é externalizado e deixa marcas explícitas. Falo dele por último pelo seguinte fato: normalmente quando esse tipo de agressão vem a ser praticado é bem provável que os outros já tenham ocorrido. Principalmente porque um agressor (seja ele quem for) normalmente tem características específicas: é autoritário, exprime sentimento de posse com relação às coisas e às pessoas, tende a reafirmar suas práticas, não reconhece atitudes erradas, tenta se vitimizar, faz ameaças veladas ou expressas, chantagens emocionais e evoca laços familiares ou afetivos para compadecer a vítima, entre outros. Portanto, quem agride o outro fisicamente muito possivelmente já o fez psicologicamente e /ou moralmente, e reitera todas as formas de agressões quando desfere golpes, tapas, empurrões no outro, quando agride fisicamente outra pessoa. É como se fosse o arremate final, a prática agressora fechando o ciclo. Seus gestos falam: "Eu sou seu dono, eu mando em você, você é meu.



Sobre a agressão podemos consultar os Códigos Civil e Penal brasileiros, onde vejo alguns avanços com relação ao que diz respeito à violência doméstica e a Lei Maria da Penha (que pode ser aplicada não apenas em caso de agressão homem-mulher), mesmo verificando que ainda existe muito medo na perspectiva do agredido em denunciar, ou em se envergonhar do ato que sofreu, quando muitas vezes sofre pressão do agressor para encobrir os fatos ou colocar panos quentes, visto que no Brasil a cultura machista - em muitos momentos - ainda serve de desculpa para ocultar os fatos em detrimento dos valores da sociedade local; quando até quem é testemunha dos fatos tende a se amedrontar sob a possibilidade de relatar o que viu. Não podemos esquecer ainda, e de grande relevância na minha análise, as máculas que ficarão na vítima. Essas dificilmente serão extirpadas! 

Por isso, reflitamos sobre o tema.


Leia sobre a violência contra a mulher no mundo.

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